
“Esse papel é de outro (sobre marcar golos). O meu é um pouco mais aquele que dá a marcar”
“…nos jogos em que as equipas se fecham mais, é mais difícil entrar pelas alas, pelo que temos de entrar por outro sitio” Diego Capel
Diego Capel teria sido um jogador muito importante no futebol, se tivesse vivido o jogo uma ou duas décadas antes. O epíteto de extremo à moda antiga assenta-lhe bem. Não é um elogio, porém. Ao contrário o que se quer fazer crer. O espanhol desequilibra com aparente facilidade no 1×1, mas segue sempre o caminho onde há mais espaço. O do corredor lateral. Entende que o seu jogo é driblar e cruzar. Jogar um contra um com o lateral adversário e servir o ponta de lança na área.
Percebe-se pelas suas afirmações que reteve pouco da escola da catalunha. Ainda assim, porque as suas qualidades individuais são bastante interessantes, poderia dar mais ao jogo da sua equipa, se fosse criada uma dinâmica colectiva que aproveitasse o facto de ter facilidade em situação de 1×1 com espaço para correr. Até à data, as tentativas para lhe aumentar o rendimento incidiram sobretudo pela alteração nos espaços que pisa. A troca do corredor esquerdo pelo direito seria interessante e tornaria o seu jogo mais imprevisível se fosse criada a tal dinâmica de conjunto que aliasse movimentos de aproximação a outros de ruptura. Tudo o que parece que foi feito foi apenas um jogar numa nova posição, sem alterações nas dinâmicas. Não raras vezes se vê Capel a ganhar o espaço interior, mas a terminar os seus ataques com cruzamentos, desta vez ainda mais inócuos porque feitos no sentido da linha final.
P.S. – No jogo de Alvalade contra o Rio Ave foi demasiado frustrante perceber que não só Capel, mas quase todos os seus colegas pareciam ter como única preocupação despejar bolas para a grande área, ou rematar de todas as maneiras, feitios e distâncias. Foi o Sporting mais paulosergizado de sempre. Desespero pelo avançar do relógio ou algo mais preocupante?
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