
“O jogo não se resume ao erro de Micael” Paulo Bento.
“É o pior momento da minha carreira” Rúben Micael.
Rúben Micael é um jogador interessante. É internacional, por mérito próprio, e de forma bastante justa, ainda que, e sobretudo, por se atravessar uma crise qualitativa nas opções de nacionalidade portuguesa para o sector que ocupa.
Não é um jogador extraordinário, mas sabe o que faz. É disponível, tem uma qualidade técnica bastante aprazível. Falta-lhe, porém, um pouco mais de criatividade. E esse é o atributo que separa os bons/regulares dos fantásticos. Rúben nunca será um jogador extraordinário, mas é uma opção extremamente interessante para o clube que representa, tal como seria um jogador interessante, mesmo que como segunda opção para o plantel de qualquer dos três chamados grandes.
É natural que se discorde da sua titularidade na selecção. Não apenas por se perceber que há opções eventualmente mais interessantes, mas sobretudo porque o decréscimo de qualidade face a um passado não muito distante é tal que chega a fazer doer.
Todavia, Micael não merecia as declarações de Paulo Bento. Conscientemente ou não, Paulo Bento resumiu mesmo o resultado do jogo a um mau passe de Rúben Micael, e as declarações do internacional português já demonstram que acusou o toque.
Maus passes, erros técnicos acontecem. Vão acontecer sempre, e é certo que quanto maior for o nível do atleta, menos erros de natureza técnica se notarão. Não é, contudo, neste tipo de erros que o treinador deve centrar a sua acção. Se crê que não há qualidade técnica ali, troca e joga outro. Paulo Bento deveria ter-se focado no comportamento colectivo após a perda. A preocupação não deve estar centrada naquilo que não se pode controlar, e que irá sempre acontecer. Um mau passe. Há que perceber de que forma é que colectivamente se podem dar as melhores respostas às diferentes situações.
Foi fácil “matar” Micael, e o madeirense deixou-se cair. Uma abordagem mais interessante e que nos deixaria a todos mais tranquilos para os jogos vindoiros, seria analisar e corrigir o comportamento táctico dos que ficaram atrás da linha da bola.
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