
Jonas. Não enganou, de facto. Logo nos primeiros minutos mostrou o jogador que é. Abriu a Liga com um cabrito nos primeiros minutos que somou na Liga, e tudo o que prometeu logo ai cumpriu. Está no top 3 com Nani e Óliver da primeira volta. Um jogador completo é isto. Não se medem pelos traços individuais, mas pelo que dão ao jogo em todos os seus momentos e fases. Verdadeiramente soberbo na criação, pela qualidade técnica impressionante e forma como gere os timings de todas as suas acertadas acções. Grande qualidade na finalização, independentemente da forma como finaliza. A percentagem de acerto de todas as suas acções, independentemente do espaço que ocupa, momento, ou fase do jogo é impressionante. Avançados deste nível nas últimas três décadas em Portugal contam-se pelos dedos de uma mão. Jonas está lá.
Óliver. Não importa o quão vistoso possa ser ou não ser. Não importa que por vezes possa passar despercebido. Como Jonas e Nani, tudo o que faz envolve uma decisão acertada. Tão novo e tanta maturidade. A construir, a criar e recentemente até a finalizar, o espanhol é um prodígio a prazo numa Liga demasiado pequena para tanto talento. Óliver joga e faz jogar. Prende, segura, atrai, solta, tudo sempre com o critério, e com uma qualidade técnica invulgar. Sabe tudo sobre o jogo e a velocidade a que interpreta cada situação de jogo é entusiasmante. “Eu tinha tudo na cabeça” referiu Zidane há não muito tempo. O espanhol é esse tipo de jogador.
Nani. Muito foi falado neste blog sobre o internacional português. Não são os dribles ou os desequilíbrios constantes que provoca que o tornam elegível. É o facto de saber enquadrar sempre as suas acções com aquilo que o jogo pede. É um desequilibrador nato que não força. Que sabe esperar, perceber os timings das suas acções. O Sporting cresceu exponencialmente em termos ofensivos com a sua presença. Mais um jogador completo pelo que oferece em cada fase do ataque. Qualidade com bola em qualquer espaço, a construir, a criar, e também a finalizar. Jogador fantástico cujo impacto foi, tal como se previu, imediato.
Gaitán. Talvez o mais apaixonante de todos os jogadores da Liga. Mas, não o melhor. Apaixonante porque transpira criatividade por todos os poros. Parece sempre capaz de inventar algo que não imaginávamos. Tem o condão de surpreender e tal tem um valor incomensurável. Não figura no top 3 porque ao contrário dos restantes três a percentagem de acções positivas não será tão alta. Arrisca sempre e nem sempre percebe que vai ser mal sucedido. Mais fantasista menos cerebral. Mas um jogador notável.
Brahimi. Mais um grande talento que chegou na presente época a Portugal. Impressionante a forma “fácil” como desequilibra partindo do corredor lateral. A demonstrar qualidades na finalização, também, teve impacto imediato. Mais vertical e menos fantasista que Gaitán. Tão objectivo como Sálvio, bastante menos cerebral que Nani. O argelino precisa de estar a um nível elevadíssimo fisicamente e tecnicamente (confiança) pois faz dos desequilíbrios constantes o ponto forte do seu jogar. Não é porém, o tipo de jogador que recorra ao 1×1 apenas porque sim. Percebe o enquadramento que as suas acções individuais devem ter, e também por ai é bem sucedido.
Jackson. O velho Jackson do costume. No final da época terá três bolas de prata em três participações na Liga. Notável a movimentar-se nas zonas de finalização. Seja a procurar a ruptura ou a responder a cruzamentos, o colombiano é com Falcao o grande goleador da última década em Portugal. A cada instante pode aparecer para desbloquear o resultado. Sabe tudo sobre movimentação e mostra também qualidade a receber e a entregar entre sectores. Ainda que tenha bastante qualidade para além da finalização, é ai que é verdadeiramente assombroso.
Salvio. Procura demasiadas vezes soluções individuais, mas a grande verdade é que é geralmente bem sucedido. Está integrado num modelo cujo jogo (linhas de passe) entre linhas é muito forte. Num modelo que acautela bastante bem as suas perdas. É um caso de sucesso num modelo que o potencia ao máximo. Com Nani e Brahimi forma o tridente de extremos com incrível facilidade em chegar ao golo. Pela forma como ataca as zonas de finalização quando a bola está no corredor oposto, e pela qualidade tremenda a finalizar. Tecnicamente e fisicamente muito dotado para uma Liga onde os laterais adversários simplesmente não têm argumentos para o travar individualmente se por trás não houver uma equipa organizada.
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