Os extremos do Porto continuam a ser as grandes referências em termos de criação. As alas do Porto continuam muito bem servidas, e por isso o treinador do Porto continua, e bem, com a ideia de dar protagonismo a quem joga mais perto da linha lateral. Porém, o jogo do Porto carece de variabilidade, com o objectivo de criar dúvida a quem defende, e criar melhores condições para os extremos e laterais usarem a sua qualidade individual. Os médios jogam na maior parte do tempo fora do bloco, em segurança, e arriscam pouco em progressão por forma a queimar linhas. Os centrais e os médios não têm como objectivo buscar o passe vertical. Os posicionamentos adoptados não permitem que se procurem outro tipo de opções, fora aquelas que o treinador pede. O jogo interior do FC Porto acontece em dois momentos apenas – quando o avançado baixa para pegar; quando os extremos fazem movimentos interiores. Mais fácil de parar uma vez que na maior parte do tempo os extremos recebem com contenção e cobertura.
Lopetegui, o corredor central, e a segurança.
O FC Porto, conforme o esperado, já se mostra muito mais competente na aquisição dos comportamentos que o treinador quer do que os principais adversários. Por ser o segundo ano do treinador com a equipa, e sendo que a maior parte dos jogadores já fazia parte do plantel, o trabalho de Lopetegui é mais simples que o de Jesus ou que o de Vitória. E apesar da grande evolução que já demonstra, colectivamente, para esta fase da época, os comportamentos em organização ofensiva não dão para já sinais de evolução.
O Porto continua dominante, forte em posse, forte na transição defensiva, com boas referências de pressão, e com algumas movimentações ofensivas de qualidade. Mas, para já, não mostra qualquer evolução no sentido de utilizar mais o corredor central. Carece de melhorias em organização ofensiva, para que os jogadores mais desequilibradores recebam em melhores condições para causar dano. Para isso o Porto precisa de mostrar que também pode ferir pelo corredor central, ainda que o lance acabe por se definir no corredor lateral. Falta criatividade, atrevimento, capacidade de desequilíbrio individual, no corredor central, é certo. Mas antes disso falta a intenção – pelo posicionamento/pelo dedo do treinador – de o utilizar. Demasiado seguro é este jogo de posse do Porto, porque do ponto de vista do posicionamento não permite criatividade na utilização dos três corredores.
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