
Ainda é muito cedo para que existam qualquer tipo de conclusões. A qualidade dos adversários – díspar – de cada um dos jogos vistos também em nada ajuda à comparação. Contudo, se alguém impressionou dos candidatos ao título foi a turma de Alvalade. E impressiona, sobretudo, por ser quem apresenta a maior mudança ao nível de todos os comportamentos colectivos que tinha num passado recente. Trabalho do treinador. Linha defensiva a jogar segundo as referências certas, a errar, mas a trabalhar para defender sempre junta em largura e em profundidade. Muitos metros a frente do que foi habituada. Percebe-se que os jogadores já procuram pelos estímulos certos. Linha média com coberturas que nunca mais acabam, e a referenciarem-se pela bola e pelo colega. Linha avançada pressionante desde os centrais, e quando ultrapassada a baixar rapidamente para fazer pressão também nas costas do portador da bola. As bolas paradas defensivas e ofensivas.
“Bola no pé!”, ouviu-se repetidamente Jorge Jesus pedir aos seus jogadores a cada lance de ataque. Critério, procura ele. A colocação de tantos jogadores no centro de jogo só com Peseiro. Tanta solução de passe ao portador da bola. O aproveitamento do corredor central, com a colocação de 4 jogadores atrás da segunda linha de pressão adversária (2 avançados e 2 alas). A procura pelos espaços entre linhas. As combinações com objectivo de facilitar a finalização, com entradas com a bola controlada dentro da área, pelo corredor lateral ou pelo corredor central. Já não me lembro de uma metade de um jogo onde o Sporting tivesse feito tão poucos cruzamentos (3). Porque o resto, aquilo que se viu o Sporting fazer pelos corredores laterais dentro da área com tempo e espaço para decidir, são passes.
Há ainda muitos erros, em todos os momentos, em todos os sectores. É normal nesta fase, e o erros continuarão a suceder (ainda que cada vez menos) até ao final da época. O adversário não é o melhor para perceber como se vai adaptar o Sporting a outro tipo de dificuldades. Mas colectivamente o crescimento é imenso para tão pouco tempo de trabalho.
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