
“As semanas preparatórias incidem, de forma sistemática, na organização táctica, sempre com o objetivo de estruturar e elevar o desempenho colectivo. As preocupações técnicas, físicas e psicológicas (como a concentração, por exemplo) surgem por arrastamento e como consequencia da especificidade do nosso modelo de operacionalização”
Dizia José Mourinho, quando tudo o que dizia apontava o caminho e o seguiamos porque… fazia todo o sentido.
E é aqui que está a diferença entre as duas equipas na supertaça. E é por isto que dizemos vezes sem conta que Jesus é um dos melhores do mundo.
A operacionalização das ideias é a capacidade de por no treino, e consequentemente fazer vivênciar aquilo que se pretende que aconteça no jogo.
Aquilo que se vê neste momento em campo, nas várias equipas (principalmente nas que mudam de treinador) é essa capacidade dos treinadores. Conseguir fazer com que todos eles (jogadores) pensem como um só e consigam agir e reagir ao que o jogo pede, dentro de princípios definidos e trabalhados.
Uns treinadores conseguem com que isso aconteça mais rapidamente do que outros. JJ é um deles.
Isto não quer dizer que RV seja mau. Simplesmente quer dizer que, a maneira como operacionaliza as ideias faz com que essa aquisição de comportamentos demore mais tempo.
Isto pode acontecer por duas situações:
- Faz no treino coisas que mesmo não “fazendo mal”, não são catalisadoras do processo de modelação
- Tem dúvidas acerca do que realmente quer que aconteça.
Mantendo o 442 que acontecia o ano passado vai um pouco contra aquilo que foi dizendo nas entrevistas, em que mostrou intenção de ter maior controle do jogo, e assim uma ocupação dos espaços diferente no meio campo. Ao mesmo tempo, mesmo que tenha pensado começar no 442, rapidamente se deve ter apercebido que perdendo Lima (como aconteceu) tem o 442 entalado, porque Jonathan está muito longe de conseguir oferecer a equipa o mesmo que Lima oferecia. Da mesma maneira, ninguém no plantel consegue fazer o que Sálvio fez.
Ainda assim, podia ter feito sentido (a menos que já soubesse de antemão que o Lima ia sair) começar com 442 e ir primeiro pelo que é confortável para a maioria dos jogadores e só depois mudar coisas.
Veremos o que os próximos jogos vão mostrar. Isto só fica giro quando todas as equipas são fortes e dão luta umas as outras.
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