Descobriram a pólvora! Receitas para vencer mais vezes!

Um estudo realizado no ultimo campeonato do mundo, trás informação interessante.
Pegaram nos dados estatísticos dos jogos, acessíveis a qualquer pessoa e foram ver a influência que cada categoria estatística teria na probabilidade de vencer, empatar, ou perder o jogo.
Chamaram a atenção para os jogos de margem mínima, dado que quando chegamos a meio de um jogo e uma equipa já está a ganhar por 3 ou por 4, é normal que o adversário “desista”. Se o resultado estiver com diferenças mínimas até ao final, as duas equipas vão teoricamente continuar a tentar jogar no máximo das suas capacidades.
Em 24 categorias estatísticas estudadas, 9 mostraram efeitos positivos na probabilidade de ganhar ( Remate, Remate a Baliza, Remate proveniente de Contra Ataque, Remate de dentro da área, Posse de bola, Passe curto, Average passing streak ( é conseguir ter uma sequencia média alta, de passes consecutivos a cada posse de bola), Vantagem Aérea e Desarme); 4 mostraram ter efeitos claramente negativos na probabilidade de ganhar (Remate bloqueado, Cruzamento, Dribble e Cartão Vermelho);
Estes resultados vêm validar algumas ideias interessantes:
  • Rematar por rematar, sem estar em boas condições de ao menos acertar na baliza, é parvo
  • Cruzar, que deveria ser um passe para um colega que está em zona de finalização, não o é. Na maioria das vezes é um “meter lá a bola”, e quando assim é, a “menina” é de todos. Quando é de todos, a probabilidade de ficar na nossa equipa é de 50% na melhor das hipóteses, sendo que se na área estiverem 2 avançados para 4 defesas, a probabilidade é muito menor de certeza absoluta. E é por isto que tem efeitos negativos na probabilidade de vencer.
  • Drible, apesar de ser vistoso, é uma situação de (normalmente) 1v1, mais uma vez vai aproximar a probabilidade de sucesso de 50%, o que é muito inferior a resolver essa situação com 2v1. Dai também não ajudar a vencer os jogos.
  • Cartão vermelho é óbvio.
Não é o jogar a Barcelona, ou o jogar a Bayern que ajuda a ganhar os jogos. O que ajuda a ganhar os jogos é aproximar todas as acções e decisões de altas probabilidades de sucesso.
  • Se posso rematar com tempo e espaço para olhar e desviar do guarda redes, é melhor do que rematar com 3 pessoas a frente e mais duas a puxar a camisola
  • Fazer passes curtos, é mais fácil e mais seguro do que passes longos. Passes longos são de difícil execução e de difícil recepção, aumentando assim a probabilidade de se perder a bola. Logo, apesar de poderem resolver alguns problemas… são de evitar. Passes curtos garantem que há sempre vários jogadores perto da bola, o que aumenta a probabilidade de a recuperar, se a perdermos.
  • Tabelar é melhor do que driblar. Porque resolver os problemas colectivamente é mais fácil do que individualmente.
As equipas que se baseiam nestas ideias, tendem a vencer mais vezes. Podem perder de vez em quando, mas vão vencer mais vezes do que as outras.
Rematar de longe, cruzar que nem um louco, pegar e fintar toda a gente, aqui e ali pode resolver um problema e ganhar um jogo, ou 2 ou 3, mas não vai chegar para a longo prazo vencer mais jogos.
Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

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