Portugal na meia final. Curtas.

– Defender e esperar um rasgo individual. Difícil de aceitar quando o adversário não tem melhores armas. Tem resultado, facto!
– Ronaldo a entregar-se. Sem vedetismos. Sem procura excessiva de protagonismo. Merecia pela mudança radical de atitude ter tido a notoriedade que tanto adora. Perceberia mais facilmente que este é o caminho.
– Se a estratégia está identificada (defender e esperar o rasgo individual), como se pode deixar Renato desde a segunda parte esquecido num corredor lateral? Depois de uma primeira parte extraordinária, sempre a dar seguimento, com vários passes verticais a colocar a bola entre linhas adversárias, e a desequilibrar em posse quando a assumia em condução para posterior passe, como quando deixou João Mário e mais tarde já na segunda parte Quaresma em grande posição, ou quando almejou o golo, desapareceu completamente quando encostado à ala. Perceberam-se as duvidas de Fernando Santos. Muito mau no posicionamento defensivo na ala. Sempre sem se ligar com os colegas do meio campo, demasiado aberto a permitir o passe entre central – extremo adversário. Acabou a jogar do lado do banco, seguramente para ser ajudado pelo treinador. Todavia, perdido na ala perde tudo o que dá ofensivamente.
– Moutinho e Adrien incapazes de com bola criar o que quer que seja. Adrien com diversos erros técnicos e Moutinho que mesmo quando teve espaço para progredir, travava e voltava para trás. Tudo demasiado enfadonho e sem risco. Mas talvez seja estratégia. Retardar ao máximo o empate e esperar por algo inventado por Renato, Nani ou Ronaldo.
– Rafa, o melhor de todos os portugueses para a posição de ala, continua a ver colegas muito menos aptos do ponto de vista táctico, técnico e de decisão a ocupar o seu espaço. Não se percebe bem qual é a ideia de numa equipa com pouca ligação ter alas incapazes de criar o que quer que seja. Rafa poderia criar. E não seria por ele que a ligação continuaria inexistente.
– Eliseu. Bastantes dificuldades em todos os momentos da partida. Com bola ou sem, sempre sem soluções. Individualmente foi o português que mais lacunas revelou.
– Pepe e José Fonte com notoriedade num jogo de duelos. Alguns lances com notória descoordenação… com ambos sobre a bola. Muita impetuosidade num estilo de jogo que sofrerá maiores dificuldades contra equipas com um estilo bem diferente que não o provocar duelos individuais.
Sobre Rodrigo Castro 219 artigos
Rodrigo Castro, um dos fundadores do Lateral Esquerdo. Licenciado em Ed física e desporto, com especialização em treino de desportos colectivos, pôs graduação em reabilitação cardíaca e em marketing do desporto, em Portugal com percurso ligado ao ensino básico e secundario, treino de futsal, futebol e basquetebol, experiência como director técnico de uma Academia. Desde 2013 em Londres onde desempenhou as funções de personal trainer ligado à reabilitação e rendimento de atletas. Treinador UEFA A.

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