
Em Setembro do ano transacto escrevia-se por aqui.
Fomos perdendo, em Portugal, ao longo dos anos a capacidade que tinhamos de fazer chegar ao alto rendimento os miúdos mais atrevidos. Normalmente são também os mais talentosos. Os que valem os milhões todos e mais o preço do bilhete. Na referência no texto sobre Gelson falava-se de Nani, Quaresma e Ronaldo como os últimos.
Ser atrevido não implica não saber decidir ou ser anárquico. Talvez implique dar maior trabalho ao treinador. E implica seguramente ter aquela personalidade própria de quem adora os holofotes mais do que o medo que tem de falhar. Implica jogar demasiadas vezes fora da caixa. No fim do dia, tantas são as vezes que são esses que fazem toda a diferença.
Sobre a escassez de jogadores portugueses com traço de personalidade tão aprazível, é dentro da selecção nacional perceber quem foram os únicos quatro de toda a selecção que se predispuseram a assumir o risco de bater os penaltys contra a Polónia.
Os três de quem se falava como exemplo no texto de Gelson!… e… Renato. De uns para o outro são quase dez anos de distância.
Do atrevimento e da criatividade de outrora (que melhor equipa teremos que quando juntámos Figo, Barbosa, Rui Costa, Deco, Capucho, Paulo Sousa…) a um período de apenas relógios. Tudo porque se forMATOU. Felizmente há novas gerações a chegar que prometem diferente.
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