
É nos dias de hoje impensável aquando da idealização de um modelo de jogo, não acautelar devidamente tudo o que poderá ser menos aleatório no jogo. Considerar as variáveis todas, para tomar decisões em função destas.
No modelo de Jesus, todos os posicionamentos são definidos ao mais ínfimo pormenor. Os comportamentos posicionais são repetidos até à exaustão. Comportamentos pensados pelo treinador leonino, ordenados para que tenham a lógica que Jesus encontra no jogo.
Não pensa o momento ofensivo sem colocar a si mesmo a cada instante a questão. E se aqui perdemos a bola? Onde estará cada um dos jogadores, para que possam o mais eficientemente possível assegurarem os comportamentos defensivos adequados? Seja pressão na transição de quem está no centro do jogo, ou seja, o voltar a fechar a equipa de quem está mais longe.
De facto, quando se constrói o modelo, há que constantemente prever o que sucederá após perda ou recuperação em cada situação. Só assim se conseguirá ligar todo o jogo, e ter uma equipa preparada para enfrentar menos caos que o habitual.
As opções ofensivas de Jorge Jesus relacionam-se com as defensivas. E as defensivas, relacionam-se com as ofensivas. Seja em que fase (construção / criação / e até a da finalização) for.
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No momento do 2×4, o jogador do Boavista não deveria tocar de primeira para o corredor central, apanhando a equipa do SCP desposicionada?
2×4 sem espaço para virar para o corredor central, mas com mais que espaço para meter lá a bola e lançar um contra ataque.
Tecnicamente não seria um gesto fácil para o jogador do Boavista. Na minha opinião muito arriscado perante a qualidade técnica do jogador.