Não haverá imagens / videos mais interessantes que expliquem tão correctamente o caminho que se pretende ideal para lá chegar.
Crianças despreocupadas. A viverem, a sentirem o jogo. A adorarem o seu momento, com ou sem audiência. O prazer do jogo pelo jogo. O tempo de prática que se exponencia longe da intervenção coarctadora e castradora dos adultos. O carácter que se molda. Na felicidade de um jogo. Ou na frustração da paulada que o irmão mais velho teima em dar, sem que ninguém esteja a controlar. Como que apelando à superação porque nada é dado.
O futebol de crianças num video de felicidade conjunta por um golo.
Este é o jogo real. O que enquanto poderá contribuir para formar jogadores, formará pessoas. Longe da intervenção do adulto, sedento da vitória. Queremos um jogo de crianças para crianças, ou um jogo de crianças para adultos? Como se de um “freak show” se tratasse. Adultos ao redor de um campo para retirarem eles prazer ou frustração de algo, enquanto usam os pequeninos.
Quanto da habilidade motora de Thiago e Rafinha cresceu da prática não orientada? Das horas a fio com a bola nos pés. Sem limites. Experimentando. Errando, errando, errando. Sem amarras. Sem direcções obrigatórias.
Daniel Coyle no “Código do Talento” menciona a importância do experienciar, vivenciar e sobretudo errar para que se possa ficar realmente bom em alguma coisa.
Retirar a intervenção do adulto que não quer o “risco” enquanto pensa no resultado, esquecendo o processo, retirar a intervenção do pai que de fora sugere o caminho enquanto sem perceber coarcta o desenvolvimento, e limita o prazer, será sempre um passo dado no sentido da evolução.
Porque o melhor caminho mesmo quando o propósito é a formação de jogadores, é sempre o de deixar as crianças serem crianças. Sem prazer, sem erro, sem paixão, sem decisões para tomar, e sem caminhos no campo para seguir por opções próprias, mesmo que erradas, não estaremos a potenciar ao máximo o desenvolvimento motor, cognitivo e da personalidade.
Dê-lhes a bola. Sem medos.
Haverá*
Corrigido
estas palavras parecem as do Valente…. 😉