…acima de tudo, Sampaoli é uma boa pessoa… e o Sevilha é uma das mais fascinantes equipas da Europa pois alcançou uma combinação de inteligência táctica, energia emocional, interacções entre os componentes e a eficácia dos resultados.
… treinadores e jogadores conseguiram que o Sevilha seja uma equipa em que todos viajam juntos.
O Sevilha contratou jogadores de perfil técnico, com domino do desenvolvimento de combinações colectivas. Jogadores com tendência a jogar por dentro e entre linhas, e com um denominador comum: A sua relação fantástica com o passe.
Nervíon é um estádio que se entrega, mas que custa a apaixonar-se pela reflexão e pela pausa.
Alejandro Sierra, no “The tactical room”.
Quem se valorizou mais? Vocês que tiveram a bola o tempo todo, que se mostraram. Ou eles que não fizeram dois passes e só correram?
Terá sido assim que um treinador português questionou os seus jogadores no intervalo de um jogo da Segunda Liga, que permanecia empatado.
Não é somente uma questão de cultura ou de paixão. É também o valorizar o individual aproximando o colectivo da vitória. Se a bola chega de mais fácil recepção à zona de criação, maiores possibilidades terá de entrar nas zonas de finalização em melhores condições. Para ai chegar “redonda”, há que construir com bola no pé. Afinal difícil é ter sucesso recorrendo sistematicamente um jogo que promova demasiadas bolas longas. Porque ai, a dificuldade do passe e recepção triplicará, bem como permitirá ao opositor mais tempo, enquanto a bola corre o seu percurso, para ajustar posicionamentos.
Valorizar o jogador só é possível quando este se mostra com bola.
Sampaoli e Lillo, não conduzem somente uma equipa que fascina os apaixonados de um jogo que prima pela tomada de decisão. Pelas combinações e pelo chegar às zonas de maior potencial perigoso com bola de mais fácil recepção. Conduzem um grupo de afortunados que pelas opções dos seus treinadores saem mais valorizados a cada dia. E sobretudo, felizes. Embora se faça o que for pedido, porque o futebol é a profissão, fazê-lo com gosto só quando há bola. Ninguém vai jogar futebol sem adorar a bola. Ninguém vai treinar futebol se não imaginar poder tocá-la. Todos os sonhos de criança nascem e crescem com uma bola no pé, e não no correr para fechar espaços.
A bola deveria ser a exigência de todos quanto os que querem mais. Formar mais com o perfil que Sampaoli e Lillo idealizaram, mesmo para uma realidade que ainda não esqueceu a “fúria espanhola”, não tornará o jogo somente mais aprazível. Permitirá também, rentabilizar activos numa era em que na maioria dos clubes urge realizar os necessários “encaixes financeiros”.
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PS II – Informação:
2a Edição da Formação Sportrail. Comigo. “Modelo de jogo e opções de planeamento”. Creditada. 27 de Março das 20 às 23h. Inscrições abertas só até 6a feira!
Com debate no final para troca de ideias. AQUI.
Curioso, agora que o Sevilla vem caindo, precisamente na altura decisiva da época.
Inegável o excelente trabalho do Sampaoli e do Lillo, surpreendendo pela continuidade, durante tanto tempo, pelo improviso, mas que se vem confundido a si próprio, com o receio de evitar repetir-se, e a tentativa inócua de surpreender.
Gosto pela posse. Mas vêm buscar muito baixo e ampliam os espaços vazios entre setores. Que complica a ligação e circuito preferencial.
Uma pena.
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