Uma das expressões mais em voga hoje no mundo da “bola” é o “que brincadeira / uma brincadeira”.
Ver a equipa de Unai Emery com bola faz-me sempre pensar na expressão que tanto se utiliza hoje. Para a equipa parisiense ter a bola é uma brincadeira, tal é a facilidade, a recreação e o grau de acerto.
Recentemente utilizei o City de Guardiola para demonstrar como na prática se define uma transição defensiva (aqui).
Hoje utilizarei o PSG de Unai Emery para dar um óptimo exemplo do que é uma transição ofensiva.
Porque há muita confusão entre o que é transição ofensiva e o que é contra ataque, recupero o texto que abordava a transição ofensiva do Liverpool (aqui):
A equipa de Klopp poderá ser a mais interessante do futebol mundial quando sai em contra-ataque. Muito longe de ser competente em tudo o que envolve uma transição ofensiva. Sobretudo por falta de qualidade na tomada de decisão. Não há análise da situação. O Liverpool simplesmente vai! Vai sempre! Todas as recuperações são tidas como momentos para contra atacar.
Não é uma equipa competente no entendimento que deve ter da forma como passa de uns sub momentos para os outros. “…mas nunca em transição ofensiva. Ai, invariavelmente coloca as fichas todas, e nunca entra numa fase de valorização da posse de bola. Matar ou morrer, sempre! Sem controlo!”
Recordo então o momento de Transição Ofensiva, ao qual propomos três sub-momentos:
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Reacção ao ganho da bola: em oposição à reacção à perda da bola, surgem neste sub-momento os comportamentos e acções de quem recuperou a bola, e a procura de sair da primeira zona de pressão adversária. Seja ela realizada por um jogador ou por mais. Se possível, alcançá-la no sentido da baliza adversária, porém, em muitos momentos, esses espaços encontram-se fechados e portanto será necessário garantir outras soluções e uma boa decisão do jogador com bola. A eficácia na reação ao ganho da bola e na saída da zona de pressão influenciará os sub-momentos seguintes da transição ofensiva, que aqui, provavelmente, já não surgem numa lógica sequencial, mas sim como alternativas de decisão.
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Contra-ataque: se a equipa conseguiu sair com eficácia e rapidamente da zona de pressão, poderá encontrar espaço e / ou uma relação numérica com o adversário interessante para optar pelo contra-ataque. Nesse caso, é nosso entender que deverá explorá-lo na larga maioria das situações, procurando as suas vantagens, pois parece-nos mais difícil ultrapassar uma boa organização defensiva adversária.
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Valorização da posse de bola: se após a saída da zona de pressão a equipa não encontrar espaço e / ou uma relação numérica interessante para atacar a baliza adversária, deverá evitar a decisão de contra-atacar numa situação desvantajosa e possivelmente perder a bola. Ao invés, deve assim garantir a sua posse, ganhando tempo para se reorganizar para atacar, procurando esse momento seguinte do jogo para criar desequilíbrios na organização adversária.
E o Paris SG, de Rabiot, o mestre do tempo:
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