Já o Doumbia e o Bas Dost não cola… a ganhar por três ou quatro podem jogar os dois, tranquilo, mas para a minha ideia de jogo têm ideias de posicionamento muito parecidos. Procuro os movimentos do Podence e do Bruno Fernandes…
Jorge Jesus
Ainda são demasiados os que tendem a avaliar um jogador pelas suas características, isolando-o do jogo. Por isso, ainda hoje é possível ouvir que Cristiano é mais completo que Messi, porque usa os dois pés e é incrivelmente melhor no jogo aéreo.
Todavia, é na sua relação com o jogo que se deve avaliar o jogador. Se Messi resolve tudo de pé esquerdo, porque precisa do direito? Ser melhor é resolver nos diferentes espaços e nas diferentes fases do jogo. Ser melhor é ser competente a finalizar, mas também demonstrar qualidade desequilibrando na criação e construindo com qualidade. Ser mais completo não é fazer de pé direito e esquerdo. É fazer! E fazer em todas as situações!
Doumbia é totalmente diferente de Bas Dost. Analisando características de um e outro, uma por uma. Um é rápido outro não, um ataca o espaço nas costas, e sente-se confortável perante equipas altas em bolas para correr, outro move-se com mais qualidade na grande área e portanto tem mais impacto em jogos contra adversários mais baixos. De Bas Dost a Doumbia, parece que vai a distância da noite para o dia. Porém, no impacto que têm no jogo, na forma como devem ser avaliados, são extremamente parecidos. São ambos jogadores de fase um. Ambos jogadores cuja competência está na forma como aparecem para terminar as jogadas. Tão diferentes nos traços individuais, mas tão iguais quer nas competências quer nas debilidades. São óptimos na relação com a baliza adversária, mas ambos incapazes de acrescentar na criação. Ambos débeis na fase de criação, mas sim aproveitadores de excelência da criação de outros. Por isso tantas vezes Jorge Jesus refere a dependência destes em relação aos outros. Porque não há finalização sem criação, o treinador leonino não abdica de ter mais um jogador (Bruno Fernandes ou Daniel Podence) a contribuir para aproximar a equipa da baliza adversária. Em zonas avançadas, se é determinante ter quem tenha o impacto que ambos têm na sua relação com a baliza adversária, tão importante também é criar os lances para que estes elementos de fase I tenham bolas para finalizar. E jogar com dois jogadores de finalização mas sem criação, até poderia aumentar a eficácia. Mas porque a criação decairia de forma abrupta, muito provavelmente, os golos também tardariam a chegar…
Deixe uma resposta