Na actualidade, a Premier League é sonho de uma larga maioria de treinadores. Não apenas pelos valores praticados e pela visibilidade que só encontra paralelo com um contexto Real Madrid ou Barcelona, mas por ser o contexto onde é mais difícil e portanto mais desafiante, impor ideias próprias de uma cultura futebolística diferente.
Depois de duas épocas de muito sucesso no Championship, a Premier não esqueceu a equipa técnica portuguesa.
O que tem de especial o homem que há vários anos atrás quebrou conceitos em Portugal?
Em exclusivo para o Lateral Esquerdo, ainda ao serviço do Sheffield Wednesday, partilhou connosco a forma como trabalha. A semana, o processo de treino, a análise, a estratégia. Ouro para quem pretende perceber mais do que é a vida de um treinador num contexto alto.
Recupero hoje o texto:
“É com uma enorme honra e maior prazer, que vos mostramos a forma como Carlos Carvalhal e a sua valorosa equipa técnica trabalham. Desde sempre que nos temos preocupado em dar a conhecer o jogo, e até partilhar as nossas ideias sobre o processo de treino e a formação. Desta vez vamos mais longe, e apresentamos a forma como se trabalha no topo. Um agradecimento gigantesco para toda a equipa técnica do Sheffield Wednesday pela partilha, que estou seguro inspirará uma quantidade quase infindável de jovens treinadores que nos seguem!
Desfrutem!:
“A nossa preocupação consiste sistematicamente na evolução do nosso jogo e são as nossas ideias que orientam a planificação ao longo dos dias e das semanas.
Apresentamos o caso prático da semana 35 para dar-vos a conhecer a nossa forma de operacionalizar, e exemplificar, o caminho que percorremos de um jogo ao outro.
A estrutura do ciclo semanal é determinada pelo número de jogos a realizar nessa semana. O exemplo que apresentamos refere-se a uma semana com apenas um jogo. Neste(s) caso(s) jogamos ao sábado, folgamos ao domingo e treinamos de segunda-feira a sexta-feira.
Iniciámos a semana de treinos com uma reunião conduzida pelo Carlos Carvalhal com o objectivo de elaborarmos o plano semanal.
Nesse planeamento semanal e, consequentemente diário, a organização dos conteúdos de treino são designados em relação directa com a evolução do nosso jogo e as características do próximo adversário, em função da estratégia eleita e, simultaneamente, estabelecendo uma relação própria entre o esforço e a recuperação.
Tendo em linha de conta os objectivos definidos e conteúdos a desenvolver durante a semana de treino, diariamente, preparamos e organizamos a sessão de treino, onde idealizamos e elegemos os exercícios a implementar no treino, hierarquizámo-los no sentido de haver a dinâmica e progressão pretendida e distribuímos as tarefas a realizar pelos treinadores.
Após terminar um jogo iniciamos, automaticamente, a preparação do jogo seguinte e tudo é realizado com a intenção de o vencer:
Na nossa ideia de jogo, em termos ofensivos, entre outras coisas, pretendemos sair a jogar por trás, em construção, e ter capacidade para ligar o jogo entre linhas. O vídeo seguinte demonstra bons exemplo do que pretendemos:
Na análise de desempenho com o Leeds United verificamos que, por vezes, não realizamos o melhor posicionamento nestes dois aspectos que consideramos importantes para o nosso jogo:
Na analise ao adversário verificamos que o Norwich, em organização defensiva, permite espaço e tempo na construção – devido à fraca pressão dos avançados – e espaço entre linhas para receber e jogar:
Em função da informação recolhida da análise de desempenho, e na análise do adversário e, tendo em linha de conta, as considerações estratégicas que possamos eventualmente utilizar, idealizamos os nossos exercícios.
Pretendemos que os exercícios tenham um máximo de continuidade e fluidez, respeitando a ligação entre os diferentes momentos do jogo. Assim, um exercício que sirva fundamentalmente para treinar a nossa organização ofensiva deve ter o momento de transição defensiva, eventualmente o momento de transição ofensiva após rápida recuperação da posse da bola, organização defensiva e novamente organização ofensiva.
Por outro lado, e respeitando a aleatoriedade do jogo, pretendemos dar‑lhe o nosso sentido em função das regras que estabelecemos e também através de feedbaks oportunos e que marquem emocionalmente o que pretendemos, sem de forma alguma “robotizar” os jogadores, bem pelo contrário, levá‑los a descobrir o melhor caminho:
Neste contexto competitivo em que passamos grande parte do tempo em recuperar para poder competir, numa semana em que apenas realizamos um jogo, é determinante não desperdiçar tempo útil de treino e, como puderam verificar, o nosso objectivo passa por criar contextos competitivos em que treinamos simultaneamente o nosso jogo, numa situação próxima da que podemos encontrar no próximo jogo e, como disse anteriormente, com diretrizes estratégicas:
Porque a minha memória é terrível, quais foram os conceitos que ele quebrou?
procura bibliografia sobre Carlos Carvalhal… dos primeiros a falar de muita coisa …
Foi treinador do meu Sporting no momento errado. E muito injustiçado que lá foi.
Ainda me lembro que foi apresentado, apenas com um video no site do clube. Acabou por fazer um bom trabalho(dadas as circunstancias), e ainda levou o Sporting longe na Liga Europa. E depois adeus…