Sporting em Tondela – Ligações entre as fases ofensivas e a influência de Bas Dost

Em Tondela, muito para lá da forma como terminou o jogo, houve um Sporting antes e após a expulsão de Mathieu. Se depois da expulsão do central francês (que estava a fazer um jogo brilhante), praticamente houve pouco jogo, com muito futebol directo e com pouco discernimento de ambas as equipas na forma de atacar, antes disso e após o golo inaugural do Tondela, viu-se um Sporting com capacidade para ligar as suas fases ofensivas e criar. Foram 35 minutos de qualidade do Sporting no ataque à baliza de um sempre competente Tondela.

Para isso, muito contribuiu o facto da equipa leonina se ter apresentado mais paciente na sua circulação, procurando ir de um corredor lateral ao outro para encontrar espaços dentro ou então criar desequilíbrios por fora. Destaque para a criatividade na construção de Mathieu, com capacidade para arriscar e jogar dentro quando havia espaço para tal, para William que geriu com mestria a segunda fase de construção do Sporting e para Bruno Fernandes, capaz de auxiliar a construção, mas sobretudo sendo muito capaz a ligar construção com criação e aparecendo em zonas subidas para poder finalizar. Nos corredores laterais, pela direita Gélson foi sempre muito irrequieto e empolgante, enquanto na esquerda, foram interessantes as combinações entre Bruno César e Acuna, este último com um cruzamento muito bem medido para o golo da igualdade de Bas Dost.

Em relação a jogos anteriores, foi interessante a capacidade do Sporting promover o seu jogo interior, criando espaços para que isso acontecesse e por várias vezes, houve situações em que os jogadores leoninos tinham seis elementos da equipa do Tondela batidos (a primeira linha de pressão de dois, mais a linha média de quatro) e se encontravam apenas com a última linha beirã para definir (o vídeo mostra isso mesmo).

Destaque para Bas Dost. O holandês regressou ao onze do Sporting e a sua presença foi fundamental. Bas está nos dois golos leoninos, o primeiro a receber entre sectores, a tocar em Bruno Fernandes e a acelerar para se posicionar para finalizar, o segundo sendo referência no futebol directo leonino no suspiro final, acabando por ser decisiva a sua acção no segundo golo leonino. Para além disso, foi sempre bem solicitado para os habituais apoios frontais a um toque e conseguiu dar seguimento a muitas jogadas leoninas através dessa sua acção.

 

Sobre José Carlos Monteiro 47 artigos
Treinador de Futebol, Uefa B, com percurso e experiência em campeonatos nacionais nos escalões de formação. Colaborador como observador e analista em equipas técnicas na Primeira Liga. Alia a paixão pelo treino e pelo jogo à analise de jogo.

2 Comentários

    • Creio que isso estará relacionado com a construção e com os caminhos escolhidos para chegar à baliza adversária. O facto de Bas Dost ser um avançado pouco móvel e pouco dado a rupturas, tb não ajuda muito e isso não afasta os sectores adversários e para além disso, na minha opinião, Montero tb ainda não está nas melhores condições… ainda não tem a mobilidade e disponibilidade necessária para jogar da forma como JJ pretende.

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