Em Vila do Conde, um resultado ingrato para a equipa da casa.
Às vezes estas equipas são parabenizadas com golos, felizmente hoje não aconteceu, seria uma injustiça tremenda quem não quer jogar ser parabenizado. Mas, é o nosso futebol, é aquilo que temos, é a realidade, temos de viver com ela.
Não saio aborrecido com a postura do adversário, há muitas formas de jogar! Tenho muito respeito pelo Aves, pelo Zé e por todos os adversáriosMiguel Cardoso
Oito pontos em cinco jogos que envolveram saídas a Vila do Conde, Braga e Restelo, e recepções ao Marítimo e Boavista. Do último lugar, o Desportivo das Aves chegou quase a meio da tabela com a entrada de José Mota.
O jogo inaugural em Braga serviu de mote para o que se seguiria. Um método defensivo que caiu em desuso, mas que por isso mesmo provoca um desconforto nos adversários, já não habituados a ter de resolver problemas como o enquadramento com oposição atrás.
Há várias formas de desmontar com aparente tranquilidade quem marca em quase todo o lado homem ao homem. E a mobilidade é naturalmente a que mais danos poderá causar
A grande questão na Liga portuguesa, e que tem trazido dificuldades aos adversários da equipa de José Mota, tem sobretudo a ver com hábitos que se perderam ou não se trabalharam para enfrentar quem surja no campo assim, e muito a ver também com a parca qualidade técnica de tantos defensores e médios na Liga portuguesa, que continua a encontrar no perfil unicamente físico um factor de escolha dos seus jogadores mais recuados. Assim, naturalmente que a pressão constante pelas costas ainda aumenta mais o desconforto.
O Rio Ave de Miguel Cardoso tem na sua dinâmica colectiva e nas suas individualidades mais do que competências para desmontar o Desportivo das Aves, e merecia tê-lo feito. Apenas por acaso tal não se verificou.
Não se negue, porém, o desconforto que equipas de nível mais baixo têm sentido e sentirão com o jogo do “antigamente” do Desportivo das Aves.
Não peçam portanto a José Mota para assumir um projecto que valorize o jogo e o jogador. Mas, não neguem também que a subida na classificação do Desportivo tem o seu dedo.
Já sobre Miguel Cardoso, e depois de três derrotas bastante pesadas, ver a sua equipa entrar em campo e manter a identidade, e aquela identidade que tantas vezes provoca desconforto naqueles que só querem sobreviver, diz bastante também da sua capacidade de liderança. É um treinador em constante aprendizagem, a caminho de um projecto bastante maior…
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