A evolução de Cristiano Ronaldo nos últimos anos tem sido notória, e ajuda a perceber que mais do que os traços condicionais, ou a habilidade técnica e motora, importa o lado cognitivo.
Ronaldo é hoje menos ágil, menos rápido e até tecnicamente parece ter mais erro do que antes. Mas, com o deteriorar de uma ou outra capacidade, Cristiano percebeu claramente onde é mais forte, onde poderá continuar a fazer a diferença e fazer valer o reconhecimento para que continue a somar prémios, também individuais.
Perdeu o vicio do drible insípido, da notoriedade em cada espaço. Ele que fora da grande área já não demonstrava criatividade e gesto técnico para desequilibrar como outros. Passou a tocar menos vezes a bola, e a fazer mais.
Mais procura dos colegas, mais procura do passe que entra no corredor central quando está fora, ou do lateral no último terço, para então aparecer na grande área, onde é difícil recordar alguém tão competente e com tantos argumentos quanto Cristiano em toda a história do futebol.
Há muito que é desejado em Paris. Por lá passou na noite de terça feira, e deixou bem patente a sua marca. Menos individualismo, melhores decisões, maior percepção das suas próprias qualidades. E golo. Sempre o golo.
Este artigo pareceu-me mais uma “obrigação” de falar no Ronaldo do que outra coisa. É popular, para a maioria da carneirada tuga é o melhor do mundo, o lateral esquerdo quer, naturalmente, crescer… Enfim, entende-se o objetivo. Até porque falando do vídeo, o que vi foi um festival de passes falhados e decisões banais, que eventualmente até o Marega as tomaria.