Em Anfield Road, exibição quase perfeita do Liverpool de Klopp. Não fossem os dois golos consentidos na parte final e possivelmente estaríamos a falar do primeiro finalista da Champions desta temporada. Assim, e tendo como exemplo a remontada da Roma frente ao Barcelona nos quartos de final, ainda teremos a segunda mão na capital italiana para se decidir o primeiro finalista.
Os primeiros vinte cinco a trinta minutos mostrou um jogo extremamente dividido, intenso nos duelos e sem ninguém a ter o controlo total do jogo. Klopp possivelmente esperaria que a Roma se pudesse apresentar com três centrais como o fez frente ao Barcelona, mas não esperaria um posicionamento diferente do corredor central do meio campo romano, em 2+1 , com De Rossi e Strootman a encostarem nos interiores Milner e Chamberlain (depois Wijnaldum) e com Naiggolan a fechar a zona do pivot do Liverpool, Henderson. À frente destes, Dzeko e Under num 3x5x2 ou 3x4x1x2 assumido, mas com claros desequilíbrios e inferioridade nos corredores laterais bem aproveitados pelo Liverpool, como veremos mais à frente.
A Roma procurou assumir o controlo da bola, tal como o Liverpool o fez quando a tinha em ataque posicional, mas sabe-se como os comandados de Klopp são sobretudo fortíssimos após a recuperação e têm espaço para verticalizar. Com Mané e Salah nos corredores em movimentos de fora para dentro e de dentro para fora, aproveitando as costas dos alas da Roma que se projectavam e ao menor controlo da largura por parte dos três centrais romanos, e com Firmino sempre disponível para se mover entre linhas, sendo a referência vertical no corredor central, baixando em apoio e rodando para se virar e ligar nos corredores, ou se a bola entrava nos corredores, com disponibilidade para atacar o espaço na profundidade, o Liverpool construiu uma vantagem sólida que depois lhes permitiu gerir o jogo de outra forma, não só aproveitando a vertigem e velocidade dos seus jogadores mais avançados após recuperação como lhes é tão característico, mas também tendo bola de forma mais pausada e criado situações em ataque posicional para que os espaços para Mané e Salah correrem, aparecessem.
A Roma, com a marcha do resultado, foi perdendo algum rigor na sua organização defensiva. O facto do Liverpool em ataque posicional, conseguir variar de um corredor ao outro sem que a Roma causasse o constrangimento necessário, desequilibrou e muito as coisas sobretudo nos corredores laterais, onde tanto Florenzi como Kolarov eram obrigados a sair à pressão em zonas mais baixas aos laterais dos reds, e as suas costas não eram devidamente protegidas, espaços onde Mané e sobretudo Salah desequilibraram com movimentos de dentro para fora. Com esta superioridade, o Liverpool construiu uma vantagem de cinco golos que depois, por baixar em demasia o ritmo, permitiu que a Roma conseguisse reduzir a diferença para três golos, esperando-se uma segunda mão frenética em Itália.
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