
No Lateral Esquerdo, para quem quer continuar a crescer, evoluir ou simplesmente perceber mais: O trabalho de quem ultrapassa sempre as expectativas pontuais.
Em tempos não muito idos, comparei Pepa ao mais titulado treinador da história do Atletico. O homem que guiou o segundo clube da capital madrilena a troféus nacionais e internacionais.
O “Simeone português” na altura surgiu por uma razão muito forte. A Organização Defensiva do Tondela é uma das mais bem trabalhadas na realidade nacional. Seja na forma como encurta espaços e demonstra coordenação entre cada linha, e entre diferentes linhas, seja pelos timings óptimos com que enquadra os seus movimentos de pressão. Sempre colectivos!
O treinador português que tem ultrapassado todas as expectativas em termos pontuais à frente do Tondela, partilhou connosco a forma como se trabalha e com qualidade no topo do futebol em Portugal.
Na actualidade está cada vez mais complicado ter-se resultados sem uma base de grande competência, e é o trabalho de Pepa à frente da equipa de Tondela que tem possibilitado contrariar todas as expectativas, pelo número de pontos que vai somando, que chegam sempre pelas dificuldades e constrangimentos que coloca nos adversários, a cada fim de semana.
Este é um primeiro texto, de uma série de dois em que abordarei o trabalho estratégico de Pepa, o homem que venceu, com grande qualidade, no Estádio da Luz na temporada passada. Trabalho estratégico, uma obrigatoriedade nos dias de hoje, no futebol de graúdos. O primeiro texto centrado no anular de perigos, o segundo, sobre como Pepa preparou ofensivamente a equipa para magoar o Vitória em Guimarães, partindo da análise do adversário.
Um exemplo pormenor do que é identificar, e treinar para aproximar do sucesso, em função do que se observa. É assim o trabalho no futebol profissional, onde todos os jogos e pontos contam:
Identificar, trabalhar, aproximar do sucesso:
Porque o trabalho é cada vez mais minucioso, e a estratégia tem de estar presente em quem quer vencer jogos, trazemos ao Lateral Esquerdo uma parte da semana de trabalho, que antecedeu a visita do Tondela ao Vitória de Guimarães.
Neste primeiro post, iremos concentrar-nos somente nos pontos fortes e no processo ofensivo do Vitória e como o Tondela se preparou para o parar.
O report (uma pequena parte deste) ao adversário:
Vídeo que serviu de estudo do processo ofensivo do adversário:
Breve explicação por vídeo, construída pelo Lateral Esquerdo, de dois dos pontos fortes / características ofensivas identificadas como a anular no Vitória: A estrutura dinâmica móvel dos corredores laterais, e o médio centro receber enquadrado.
A preparação estratégica que envolvia no momento defensivo, fechar corredor lateral garantindo superioridade numérica, pela presença de lateral – ala e médio centro do lado da bola, enquanto que central do lado da bola controlava profundidade e mantinha cobertura, garantindo espaço fechado e maior presença de defensores que atacantes, e o fechar do espaço seis, porque recebendo ali de frente para a linha média, Vitória obriga a juntar e explora então superioridade nos corredores laterais:
E em competição, o treino a acontecer!!!
Desengane-se quem ainda pensa que quando se fala em estratégia se aborda apenas aspectos defensivos ou sobre como anular adversários. No segundo texto traremos a forma como tão bem definiu como magoar o Vitória. O engodo e os momentos para acelerar!
Este desempenho dos jogadores é o que deixa qualquer equipa técnica embevecida no final de uma semana de trabalho. É sinal que vale a pena lutar contra o acaso.
O post é muito bom!
O Pepa e o Silas são para mim as lufadas de ar fresco dos últimos tempos. Até onde podem ir? Ainda não tenho opinião, mas para já, onde estão, gosto de ver o trabalho deles.
Um aspeto que me salta à vista é o facto de recentemente, aqui no LE, terem começado a referir a estratégia como se de uma nova era se tratasse.
A estratégia sempre existiu e sempre houve treinadores a adaptarem o seu modelo ao jogar da equipa adversária, em todos os patamares do futebol profissional.
O ponto é que aqui no LE vocês durante muito tempo valorizaram excessivamente o modelo de jogo demonstrar ter as ideias claras do treinador e com isso defenderam demasiado as teimosas de alguns treinadores que não sabiam ou não queriam adaptar as equipas a realidades para lá do ‘pão com manteiga’ habitual, que acontecem menos vezes mas que eu sempre defendi que têm que ser preparadas – chamava-lhe eu ‘modelo adaptativo’.
O exemplo máximo disso era a vossa defesa intransigente dos erros teimosos do JJ, como se de bons sinais de identidade se tratassem.
Onde poderia ter chegado o Benfica com o JJ se este tivesse sabido apostar no modelo base, como fez, e depois soubesse torna-lo ‘adaptativo’?
Estou curioso para ver o segundo bom post sobre o bom trabalho do Pepa.
A equipa do Tondela é das melhores do nosso campeonato em termos defensivos. Há quem diga que é fácil estacionar o autocarro, mas para mim o processo defensivo tem muito que se lhe diga, muita estratégia e inteligência. O Pepa tem revelado ser um especialista na transição defensiva do Tondela. Se eu fosse o Pepa, estaria orgulhoso do desempenho da minha equipa
lindo