
Jogar simples é uma das coisas mais difíceis no futebol
Marcel Keizer
Jogamos de forma simples
Miguel Luís
Tantas vezes, e com enorme razão, ouvimos afirmar que no futebol jogar simples é o mais difícil. Numa era em que o egocentrismo e a vontade desmedida de se aparecer faz escola, mais difícil se torna encontrar quem se predisponha a jogar em função de um bem comum, se isso o mantiver longe dos holofotes.
Perceber jogadores como Miguel Luís, é tantas vezes olhar para o passe que sai depois do passe do próprio. Porque a forma como decide e entrega simples, mas sempre direccionando o sentido do ataque, é o que possibilita conectar o jogo até ao último terço. Não faz o último passe, mas é fantástico nas possibilidades que cria para que esse último passe possa vir a surgir (confirmar no video, o número de vezes em que depois de por uma boa decisão sua, outro colega “brilhou” com o passe vistoso).
A qualidade do seu passe é evidente e uma das suas mais fortes armas, mas é a tomada de decisão e inteligência que o distinguem ainda mais.
É o médio defensivo de uma nova era! Com agilidade e destreza motora para rodar e dar outro sentido ao ataque, mesmo quando é pressionado e lhe fecham o campo, mas que também entende tacticamente o jogo na perfeição. Aquela leveza e capacidade para dar seguimento com bola, é acompanhada por um jogo de equilíbrios notável. Um jogador perfeito tacticamente, que em cada espaço, em cada situação, com ou sem bola, tem as melhores respostas para oferecer (confirme no video o último lance em que incorpora linha defensiva).
Não precisa de ser fisicamente robusto para ser competente em todos os momentos, e porque traz a mesma qualidade em cada um destes, é hoje já um produto mais diferenciado e de maior potencial, do que por exemplo, Pedro Rodrigues, o médio que por andar apenas num sentido, não se impôs ainda na cidade berço.
Mais um produto da nova geração de ouro do futebol nacional (99), de qualidade indiscutível. É este o perfil do “seis” do futuro que ansiamos.
Muito bom na maneira como liga o jogo em progressão, no Benfica fazia maravilhas…Temos uma fornada de “6” de altíssima qualidade em Portugal e ainda bem.
E se Estáquio vier? Cabem os dois no onze?
Jogava a interior. 3 tugas – mais o BF… eu gostava!
Pronto, lá arranjaram outro génio na linha de Ilori, Geraldes, Podence…
O André André d’Alcochete?
Há comparações estupidas, mas desta tenho alguma dificuldade em perceber de onde vem. O que tem um a ver com o outro?