F. C. Porto – um padrão nos golos sofridos

O Porto de Sérgio Conceição tem vários méritos. Além da evidente competitividade, pressiona bem e sente-se confortável a disputar os jogos a partir das bolas que esta pressão faz com que consiga ganhar. Neste momento, está sempre preparada para a transição ofensiva a equipa apresenta bons movimentos, aproveitando os jogadores que deixam na frente quando a restante equipa baixa.

No entanto, há um padrão na forma como a equipa sofre golos em alguns dos jogos contra equipas individualmente equivalentes ou superiores. Frente a Liverpool, Benfica e Sporting (taça de Portugal), o Porto viu o perigo surgir do espaço à entrada da sua grande área com a linha defensiva atrás da bola mas exposta por falta de apoio dos médios. Os portistas concederam, de forma recorrente, nestas ocasiões mais tempo e espaço do que seria expectável, até porque aconteceram mais lances além daqueles que deram em golo

É interessante tentar entender os motivos que levam a este acumular de golos à entrada da área  (dentro ou fora) somente com a linha defensiva de frente. Desde logo, alguma displicência, na medida em que os médios do Porto ocasionalmente não baixaram para junto do sector mais recuado. Se contra equipas que atacam com poucos jogadores a qualidade individual e colectiva dos defesas portistas bastou, e o posicionamento mais alto dos médios foi útil servindo de referência para transição ofensiva, quando é preciso mais gente a defender os médios demoram a baixar, ou baixando não se posicionam correctamente de modo a proteger a baliza. Correndo o risco de estar a ser injusto, em alguns casos pode simplesmente ser opção do treinador; a verdade é que, apesar de apesar de estarem próximos, os médios do Porto não baixam para trás da linha da bola e deixam os adversários em boas condições de finalizar.

Por outro lado, em transição defensiva, e este aspecto, foi mais visível no jogo com o Benfica e frente à Roma no prolongamento, a tentativa de pressão constante ao portador em zonas adiantadas deixa exposta as costas dos médios e permite ao adversário muito espaço para conduzir. Isto porque com o 4x4x2 do Porto, se nenhum dos médios tem especial cuidado em ficar atrás da linha da bola e não sendo ajudados pelos outros sectores, na reacção à perda, fica por cobrir um espaço muito grande naturalmente passível de ser aproveitado pelo adversário.

O Porto mostrou especial cuidado com este espaço no jogo contra a Roma (2ª mão) onde já foi possível ver a dupla de médios a encostar na linha defensiva, tornando a defesa do último terço mais segura; ainda assim, mesmo nesse jogo, no prolongamento o Porto voltou a sentir dificuldades nesse aspecto. Certamente a rever na próxima época

Sobre Lahm 42 artigos
De sua graça Diogo Laranjeira é treinador desde 2010 tendo passado por quase todos os escalões e níveis competitivos. Paralelamente realiza análise de jogo tentado observar tendências e novas ideias que surgem no futebol. Escreve para o Lateral Esquerdo desde 2019. Para contacto segundabola2012@gmail.com

1 Comentário

  1. Mais um grande post como é hábito! Parabéns! Gostaria de deixar uma sugestão para a página, era interessante fazerem um post com comparações da forma de jogar do Benfica de Rui Vitória para o Benfica de Bruno Lage, o que mudou para além da táctica de 433 para 422, os posicionamentos, as transições, as movimentações ofensivas, as pressões, afinal a mesma equipa com os mesmos jogadores passou de um 4º lugar para campeão nacional. Seria interessante. Abraço e continuação de bom trabalho.

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