
No final da temporada transacta, Abel Ferreira confidenciou que queria muito trazer de volta André Horta para o Sporting de Braga. Uma das maiores marcas do crescimento da equipa arsenalista é a forma como hoje todos os seus adversários preparam os seus jogos quando os defrontam.
Ninguém assume ou sequer arrisca nos jogos contra o Braga – Primazia total a uma organização defensiva muito densa e ao fechar de espaços com muita gente, tal e qual como quando defrontam os três grandes do futebol luso.
Com as defesas à zona bem desenvolvidas e com a forma como estas permitem encurta o espaço na zona da bola, uma das formas mais eficazes de se chegar ao último terço com qualidade é através das variações longas que transformam situações de muita presença adversária em lances contra apenas 1 e com espaço – A tal variação para o corredor do lado oposto.
Contudo, poucos são os jogadores capazes de ter elevado grau de acerto em passes dessa natureza – E foi precisamente isso que confidenciou o actual treinador do PAOK – André Horta traria condições para poder haver maior variabilidade em ataque posicional – Seria mais uma arma / forma de desmontar defesas adversárias.
O médio português que é bastante mais do que essa capacidade para variar com qualidade os espaços que a bola pisa, é uma das novas atracções da Liga – Seguramente com valia para qualquer plantel em Portugal.
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O André Horta é efetivamente muito mais do que isso. Tem aquela capacidade que poucos médios têm (muito menos fora dos três grandes) de saber quando acelerar e quando pausar o jogo. Com inteligência e capacidade técnica para o fazer. Oferecendo-se sempre ao jogo, sem se esconder.
O grande problema do Braga de Abel da época passada foi a quebra assinalável de qualidade no meio-campo: perdeu André Horta, Danilo Silva e Vukcevic e as contratações não foram de molde a repor minimamente a qualidade. Nem João Novais nem Eduardo souberam assumir o papel de Horta (mesmo que tenham alguma qualidade técnica). Faltou-lhes a leitura de jogo e a coragem de procurar sempre a bola. E residiram aí os problemas da equipa na época passada, no plano exibicional.
Foi pena, porque foi esse jogador que faltou para o Braga poder ir mais além.
Honestamente, nunca percebi porque é que o Benfica despachou este jogador para os EUA, ainda por cima por um valor relativamente baixo. Terá algum defeito de que eu não me tenha apercebido? Para mim, se a época ocorrer com normalidade e sem lesões, ele será brevemente um nome a ponderar para a seleção nacional – mesmo contando com alguma abundância da nossa seleção nesse setor.
O Abel sabe perfeitamente disso… foi pena… se o Braga andou tão perto do 1o… (até desistir) … podia ter sido diferente