
A trinta e um de Maio escrevia aqui, um texto que antevia uma possível revolução no Brasileirão com a chegada de Jorge Jesus:
Hoje há a possibilidade de Jorge Jesus chegar a um campeonato que está tacticamente onde estava o português e outros europeus há quinze anos atrás, e a expectativa será a de que se possa finalmente assistir a um crescimento do jogo no Brasil, para que tamanho talento possa finalmente ser enquadrado em ideias comuns.
Jesus conquistou os seus jogadores, e esse era provavelmente o ponto mais difícil de tocar – Conseguir convencer para a MUDANÇA.
Com uma possível revolução táctica em marcha, do Brasil chegaram pedidos para recomendações de treinadores de nacionalidade portuguesa, que poderiam ter impacto imediato no ultra competitivo e equilibrado Brasileirão. Aqui segue o meu top.
- Jesualdo Ferreira. Para os mais desatentos poderá ser simpatia. Não é. O convívio com um dos mestres da táctica de Portugal apenas me fez perceber ainda melhor o nível de conhecimento do consagrado e galardoado treinador português. Um monstro na organização das suas equipas, com o extra da atenção ao mínimo detalhe – Recorde a quantidade infindável de seus ex jogadores que referem como cresceram nas suas mãos. A qualidade do processo treino, a organização das suas equipas, e ainda o trabalho de pormenor que potencia ainda mais virtudes individuais que posteriormente são aproveitadas pelo colectivo. TriCampeão em Portugal, Campeão Nacional em três continentes diferentes, é não apenas um treinador de estrutura que tem o condão de organizar o clube desde cima, mas um homem do campo, com trabalho e resultados de excelência. Que diga o Al Saad, que depois de chegar à glória com a liderança de Jesualdo Ferreira se vê, agora que é orientado por Xavi Hernandez, ultrapassado pelos rivais.
- Abel Ferreira. Um “discípulo” de Jorge Jesus na forma como as suas equipas se posicionam em campo. Um dos treinadores que deu uma dimensão nacional incrível ao Sporting de Braga, prima pela organização das suas equipas. Sem bola sempre coesas, juntas, capazes de fechar a entrada desta nos seus espaços – e sempre com timings colectivos bem definidos para saltar do controlo para pressão e daí para sair em contra ataque. Ofensivamente, equipas que chegam juntas, que possibilitam imensas ligações – A forma como alterna o sistema do momento ofensivo para o defensivo é uma marca de qualidade de Abel Ferreira. A variabilidade ofensiva e a enfase no lado estratégico são também marcas de um treinador TÁCTICO.
- Rui Faria. Depois de longos anos ao lado de José Mourinho, o treinador luso iniciou a sua carreira a solo e o impacto é bastante prometedor. Depois da conquista da Taça do Qatar, lidera na presente temporada a Liga, e vem demonstrando grande capacidade de adaptação aos diversos contextos – A variabilidade táctica bem patente na forma como alternou sistemas, mantendo os grandes princípios, a adaptação estratégica herdada do mestre José Mourinho, e as vivências que lhe formaram também os aspectos de liderança fazem de Rui Faria um sério candidato a próximo treinador sensação de nacionalidade portuguesa.
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Então e tu, Pedro Bouças? Não chegou a tua hora?
Acrescento o Ivo Vieira, que ainda nao teve uma hipotese num grande (que me perdoe o Vitoria, que e um grande em muita coisa), mas mais cedo ou mais tarde tera.