Mas, não queres ser Campeão?

Um Porto a apresentar-se em Vila das Aves com um 433 assimétrico. Construção a 3 com Pepe no meio, Mbemba na direita, Diogo Leite na esquerda (a ficar baixo a construir e apenas a projetar quando bola no pé do extremo já na frente) e Sérgio Oliveira a 6. Já na frente, do lado esquerdo, Luis Diaz na largura e Uribe por dentro, sendo que do lado direito, Tomás Esteves ficava por fora e Corona por dentro. Otávio a 10 (a envolver quase sempre na direita, em movimentos contrários com Corona) e Zé Luis a 9 (apenas na profundidade e zonas de finalização). 

Três momentos diferentes no jogo azul e branco:

  1. Na 1ª parte o Porto apenas conseguiu acionar um corredor. Uribe a baixar em demasia para a construção, ficando só Luis Diaz por fora para receber em espaços comprometedores para a equipa avense. Do lado direito, Corona e Otávio sempre em movimentos contrários, mas muito marcados individualmente, não conseguindo espaço para jogar. Muita posse mas demasiado previsível, apenas a conseguir criar perigo na bola parada. 
  2. Com a 2ª parte veio o melhor período do Porto, muito por culpa de uma troca posicional entre Uribe e Otávio. O jogador brasileiro passou a jogar como 10 do lado esquerdo, tendo Corona como 10 do lado direito do avançado Zé Luís. Muito mais bolas a entrar entre linhas de ambos os lados e mais agressão quer exterior quer interior, tendo já dois corredores com possibilidades de receber por dentro e por fora com qualidade. 
  3. A saída de Tomás Esteves e entrada de Marega empurrou Corona para a largura e o maliano ficou por dentro. E o que se perdeu em jogo interior ganhou-se em profundidade e verticalidade nesse corredor. Muitos foram os desequilíbrios provocados por Marega na profundidade e Corona a receber sempre de frente para o jogo, algo que não aconteceu quando esteve por dentro.

2ª Parte onde o Porto fez por merecer outro resultado. Encostou o adversário lá atrás, nunca os deixando sair com qualidade na transição, conseguiu espaços para envolver e desequilibrar e criou inúmeras bolas para marcar. Já Fábio, guarda-redes do Aves, a merecer o prémio de homem do jogo pela quantidade de golos que negou à equipa visitante. 

Jogo posicional do Porto com bastante potencial, exigia-se outro tipo de jogador que não Uribe, alguém mais capaz de jogar entre linhas e associar-se aos colegas ou um jogador mais forte na profundidade e com maior chegada à área para finalizar. 

Nota para a estreia de Tomás Esteves. O miúdo tem muita qualidade, vai ser titular no FC Porto, mas calma… deixem-no crescer, sem pressas e sem a pressão de ter rendimento para ontem, sem que em si estejam focados todos os holofotes. Uma exibição muito longe da qualidade que tem, associado a um nervosismo excessivo bem expresso na quantidade de ações técnicas que falhou. Ainda assim, a espaços, a demonstrar o upgrade que pode ser nesta equipa do Porto a Manafa ou Saravia.

Por fim, falar de Sérgio Oliveira na posição onde mais rende. A 6, sempre de frente para o jogo, a fazer uso da sua grande qualidade de passe seja para ligar por fora ou em constantes variações, algo que caracteriza o jogo do Porto. 

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1 Comentário

  1. “Com a 2ª parte veio o melhor período do Porto, muito por culpa de uma troca posicional entre Uribe e Otávio. O jogador brasileiro passou a jogar como 10 do lado esquerdo, tendo Corona como 10 do lado direito do avançado Zé Luís. ”

    Não percebi muito bem esta parte. O Corona ficou ao lado do avançado? Acho que nestes casos seria muito útil representarem graficamente as formações ao invés de descrevem textualmente as mesmas. Sei que isso também exige tempo, mas é só uma sugestão. Grande abraço!

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