É impossível ficar indiferente a todo o trajecto de Nuno Espírito Santo e dos restantes portugueses no Wolves, desde a subida à Premier League até à chegada à Liga Europa. Durante este percurso, o treinador português e a sua equipa técnica foram variando entre o seu tradicional 3x4x3 e um 3x5x2 que têm se afirmado como uma tendência do futebol actual muito por culpa do sucesso da Armada Portuguesa em terras de sua majestade.
Desde a chegada de NES ao comando técnico, os “Lobos” têm-se apresentado sempre com uma linha defensiva de 5. Ultimamente, a equipa têm-se apresentado no seu 3x4x3 que, no momento defensivo, apresenta duas variantes. Num momento de controlo, a equipa posiciona-se num 5x4x1 com os alas a juntarem-se aos dois médios e no momento em que a equipa inglesa troca para pressionar, estratégicamente, os alas saltam para pressionar os centrais adversários e juntam-se a Raul Jiménez.
Destacando-se outrora pela sua capacidade e velocidade de ferir os adversários em transição ofensiva, o Wolverhampton têm crescido bastante no seu ataque posicional. A equipa do treinador português apresenta um grande entendimento de cada momento de ataque, sabendo pausar e acelerar quando necessita. Contra o Everton, o Wolves trouxe uma mobilidade muito bem entendida por todos, sem perder o equilíbrio ofensivo e a garantir sempre ocupação dos espaços mais importantes de um ataque posicional (Largura, Apoio e Profundidade).
Do ponto de vista estratégico, Nuno e a sua equipa técnica dotaram a equipa de ferramentas para contrariar o 5x3x2 do Everton. Neste sistema defensivo, normalmente, o espaço encontra-se fora do bloco (exterior à linha média e avançada) e foi precisamente aí que, o Wolves foi conseguindo ligar a sua construção com as restantes fases e chegar à baliza adversária, ora colocando os médios a receber fora do bloco, ora com movimentos de dentro para fora dos seus alas. A mobilidade foi expressa, também, nas diversas trocas posicionais entre médios, alas e laterais que permitiram ao Wolverhampton furar por dentro, mas também por fora do bloco adversário como se pode ver no lance que origina o penalti para o golo inaugural (video).
Só surpreende a rápida afirmação do Wolverhampton na Premier League para o espectador menos atento. Contar com Rúben Neves, João Moutinho ou Jota (entre outros) é caminhar para o sucesso e ser bem sucedido, não é somente conquistar títulos, mas também, superar expectativas e objectivos como o clube inglês tem conseguido.
Só um pequeno reparo. Quem vem fazer o apoio colocando o médio de frente para o jogo não é o ala mas sim o ponta.