Alvalade recebeu o primeiro jogo oficial da temporada leonina e ainda que com demasiadas condicionantes presentes – não apenas o número de ausências, mas o tempo de preparação e a forma como esta deverá ter sido realizada em função de tantas ausências – era expectável um Sporting mais capaz do ponto de vista ofensivo.
Não é uma novidade a incapacidade para criar em quantidade suficiente para entusiasmar no seu ataque organizado. O modelo rígido dá as rotas e o entendimento óbvio a cada elemento leonino, mas também as faz perceber a uma oposição que se prepara cada vez melhor para travar progressão leonina.
Os três da frente – Jovane mais por dentro, TT e Vietto ao seu redor – não conseguem receber bola de frente para a baliza se não nos momentos pós roubo da bola, e também não têm uma presença forte e eficaz na procura por receber em espaços exteriores ou a aparecerem na grande área para finalizar. Tal associado à presença de dois médios cujas tarefas são muito mais notórias nos momentos de Transição tornaram o Sporting uma vez mais um pouco adormecido aquando da posse.
Não surpreendeu que tenha sido após uma recuperação alta de Wendel que o Sporting encontrou Vietto de frente para o jogo e a linha defensiva do Aberdeen ainda a organizar-se. O argentino definiu o lance com mestria – Quer como tirou adversário do caminho, quer timing e espaço para onde endossou a bola que tão bem TT finalizou.
Perante um adversário que mesmo em desvantagem nunca procurou tirar algo mais do ponto de vista ofensivo do jogo, que não esperar a felicidade numa bola parada, o Sporting teve maiores dificuldades para voltar a encontrar momentos para Transitar de forma rápida, explorando espaços já abertos, e com isso o jogo tornou-se de menor criação, mais lento e previsível.
Continua a ser a Organização Defensiva da equipa de Rúben Amorim o seu ponto mais forte e a base sobre a qual o treinador leonino coloca as fichas para vencer partidas. Fechar bem e esperar um momento de recuperação para vencer. Mesmo que de forma “magra”.
O início de 2020/2021 promete um Sporting dentro da matriz já antes bem perceptível. Tornar-se uma equipa competitiva pela forma como não se expõe defensivamente, prometendo melhores resultados que exibições, e assim seguiu para o Playoff da Liga Europa.
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