Desafie o Perito – A maravilhosa Liga das Nações

A prova ainda não entrou no coração dos Europeus, mas o formato pensado pela UEFA é de uma atractividade extrema e possibilita a todos o prazer de encontrar jogos de natureza competitiva bem elevada em cada paragem por datas FIFA.

A estratificação por divisões com promoções e despromoções em função da classificação final permite que os encontros sejam sempre equilibrados, beneficiando com isso não apenas as próprias equipas e jogadores por enfrentarem sempre estímulos que lhes permite crescer, mas mais ainda os espectadores que facilmente encontram interesse num sem número de jogos a cada jornada.

Se o Grupo A nos traz emoções fortes com confrontos sistemáticos entre as melhores equipas da Europa: Só neste fim de semana Portugal defrontará a França, mas também um Inglaterra vs Bélgica.

Mas, o interesse não se esgota no grupo mais forte.

A Liga das Nações veio trazer a possibilidade de mesmo as selecções menos cotadas somarem triunfos em jogos oficiais. Ganha maior notoriedade assim os confrontos de sábado.

Luxemburgo vs Chipre. Thill, o mágico do Nacional da Madeira, e Gerson o avançado do Dínamo de Kiev são as grandes atrações de um Luxemburgo que tem vindo a crescer na qualidade dos seus intervenientes, procurando terminar com o epíteto de parente pobre do futebol europeu, e que defrontará o 4x2x3x1 de um Chipre que procura voar nas asas de Darida um criativo que pauta o ritmo ofensivo da sua selecção. 

Também o Liechtenstein vs Gibraltar possibilitará mais um triunfo de um underdog. Quem diria que a equipa da casa poderá chegar à sua terceira vitória consecutiva depois de bater Luxemburgo e São Marino. O 4x1x4x1, que se transforma em 4x3x3 e que conta com a velocidade de Frick a partir do corredor direito saindo em transição ofensiva é a matriz tática de um Liechtenstein que terá a dificuldade de se bater contra um Gibraltar organizado em 5x4x1. O sistema defensivo da equipa forasteira permite muita concentração defensiva, que aliada à solidariedade e compromisso habitual fecha os caminhos da sua baliza.

A recepção de Andorra à Malta encerra em si mais uma grande oportunidade para vermos equipas de baixa dimensão triunfar. Malta surgirá em 5x2x3 com um sistema preparado para defender com muitos elementos e procurar sair em contra ataque. A organização defensiva, mesmo que nem sempre bem coordenada beneficia da concentração ao redor da bola e possibilita a chegada veloz de Muscatt e Camenzulli que dinamizam os corredores laterais em ataque posicional e em transição. O 4x4x2 de Koldo Alvarez, selecionador de Andorra não tem somado vitórias mesmo nos jogos de natureza menos complicada. Sem criatividade ou capacidade para jogar em espaços curtos enfrentará dificuldades para criar perante um sistema adversário que privilegia de forma decisiva a concentração defensiva.

Jogos de tripla por toda a Europa trazem um fim de semana com promessas de grande competitividade.

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  1. Ucania x Alemanha

O mítico Shevchenko prepara a recepção à Alemanha com a expectativa de poder reforçar possibilidades da Ucrânia depois dos três pontos somados nos dois primeiros jogos. 

Num grupo onde o equilíbrio impera pós segunda jornada, a partida afigura-se como decisiva para as contas finais, afinal ninguém quer permitir fuga espanhola.

A nova talentosa geração ucraniana que conta ainda com Marlos, Yarmolenko e Yaremchuk na frente do 4x3x3 recebe a equipa de Low agora organizada num 5x3x2. 

O técnico germânico tem aproveitado a Liga das Nações para testar novas soluções no seu “laboratório” tático, mas não abdicará da velocidade de Sané e de Werner suportados pela criatividade de Draxler no espaço entre linhas. 

Promessa de um jogo de grande competitividade, rigor tático, disponibilidade física e eficiência total nas acções técnicas por parte dos Alemães.

2. Espanha x Suiça

Em processo de renovação das opções na selecção Luis Enrique receberá a Suíça com a certeza de que só a vitória será um resultado positivo para continuar a liderar um grupo de grande equilíbrio.

O regresso do 4x3x3 desta feita com o talento e irreverência de Ansu Fati a partir do corredor esquerdo, e com Dani Olmo a partir da lateral direita para o corredor central onde enquadra a grande velocidade e define acesso às zonas de finalização. 

Com um meio campo também ele renovado – Presença cada vez mais notória de Thiago Alcantara como desbloqueador do processo criativo da equipa, suportado pelo rigor defensivo de Rodri, a Espanha prepara-se para tomar conta do jogo e criar sucessivamente perante uma Suíça que mesmo organizada num 5x4x1 com o intuito de sobreviver defensivamente, encontrará previsivelmente muitas dificuldades para encontrar espaços de saída que possibilitem ao seu único avançado, o velho conhecido Seferovic, ter espaço para progredir até à baliza adversária. 

A organização defensiva da equipa de Petkovic prima pela concentração, robustez e solidariedade competitiva, porém, o tempo que terá de passar remetido ao seu processo defensivo deverá ser-lhe fatal.

3. Colombia x Venezuela

Retoma o futebol na América do Sul, e logo com um confronto entre treinadores portugueses, e que até já integraram a mesma equipa técnica.

Carlos Queiroz receberá na Colômbia José Peseiro. 

Em 4x3x3 com uma selecção bastante mais valoroso que a do seu rival, a Colombia terá na capacidade criativa do portista Luis Diaz um ponto para acelerar o seu jogo na zona de definição onde Morelos e Falcao surgem para dar o toque final na criação da equipa da casa. Barrios – Uribe – Alzate formam um trio central no meio campo com alia capacidade de recuperação da bola a decisões simples com esta, e levarão o jogo de forma sistemática para o meio campo ofensivo.

Osório e Villanueva formarão a dupla central de uma equipa que passará demasiado tempo sem bola. As dificuldades defensivas de uma equipa talentosa mas pouco habituada a dar-se às tarefas defensivas será o problema maior para a equipa de Peseiro. Com Soteldo a partir do corredor esquerdo, o que perde em rigor e comportamento defensivo ganha em capacidade para desequilibrar em espaços curtos. O pequeno craque será fonte de problemas – para adversário e para a sua própria equipa quando descura acompanhamento do lateral.

4. Irlanda x País de Gales

A selecção de Kenny somou apenas um ponto nas duas primeiras jornadas da prova e receberá o País de Gales com a certeza de que apenas o triunfo importa.

Em 4x3x3 com um jogo rápido mas nem sempre pensado, que procura servir Idah na frente de ataque, a Irlanda procurará contrariar até pelo factor casa, as investidas da equipa do lendário Ryan Giggs. Gales venceu ambos os confrontos anteriores e surgirá bem fechado defensivamente partindo do seu 4x2x3x1, e com o argumento – Gareth Bale e Daniel James – sobre as alas visando acelerar o jogo após cada recuperação.

Um jogo que promete um estilo mais britânico, com bola a rondar ambas as balizas à procura do erro, e que poderá encontrar nas acelerações dos extremos galeses o ponto mais notório.

5. Inglaterra x Belgica 

Jogo grande em terras de Sua Majestadade. A Bélgica chega a Inglaterra líder, fruto de duas vitórias em dois jogos e a equipa da casa vê-se portanto obrigada a um jogo perfeito para voltar a chegar à frente do grupo.

O estratégico Roberto Martinez deverá voltar a comparecer em 5x2x3 com uma linha defensiva suportada por três centrais – Mesmo tendo a ausência de Vertonghen como uma dado adquirido – dando total liberdade ofensiva aos laterais Meunier, e Torgan Hazard, o versátil irmão de Eden. Com um duplo pivot a meio de qualidade tremenda – Witsel de De Bruyne trazem a criatividade esperada para alimentar o trio da frente, os Belgas prometem complicar as contas de uma Inglaterra que também deverá surgir num sistema de 3 centrais.

O 3x4x3 inglês, entrega contudo, o espaço exterior ao desequilíbrio dos seus extremos. Arnold e Trippier poderão surgir por fora em constantes “overlaps” sobre os extremos, mas é partindo de fora que Sancho e Sterling procurarão causar sucessivos desequilíbrios que visem colocar Kane em situações de finalização.

Duas equipas de nível extraordinário, com tremenda eficiência nos seus gestos técnicos e uma capacidade para acelerar o jogo após cada recuperação de nível estratosférico. 

A recepção da Inglaterra à Bélgica é um jogo absolutamente imperdível. 

6. Croácia x Suécia

Duas goleadas sofridas nas duas primeiras jornadas. O pecúlio da Croácia deixou desde logo a equipa de Dalic praticamente afastada das contas do apuramento, e a Suécia não conseguiu melhor.

Numa partida de pressão zero, a Croácia voltará a apresentar-se em 4x3x3 com um meio campo criativo que contará com presença de Kovacic e de Vlasic nas costas dos potentes Rebic e Perisic, enquanto Kramaric se move em ruptura partindo do corredor central.

A Suécia surgirá na Croácia mantendo o 4x4x2 de grande robustez defensiva, mas com presença do jogador da Juventus Kulusevic e de Forsberg partindo de fora acelerando na direcção da baliza adversária.

Um jogo de matriz tática assinalável – A criatividade e poder em ataque posicional da Croácia defrontará uma equipa de marca defensiva. Ataque contra Defesa e Contra Ataque, num jogo que promete criação.

7. Noruega x Roménia

Depois de perder para a Austria, a Noruega goleou a Irlanda do Norte e prepara-se para receber a Roménia utilizando todo o seu poderio ofensivo.

O 4x4x2 de Lagerback tem no poderio fisico da dupla ofensiva – Haland e Sorloth – uma arma extremamente poderosa para resolver as partidas seja em ataque posicional ou em contra ataque.

Um jogo pouco criativo, mas de grande rigor tático no cumprimento dos seus princípios defensivos, esperando momento para lançar em profundidade o poderio de uma dupla apaixonante. 

Do outro lado a Roménia de Radoi chega à Noruega depois do incrível triunfo na Austria, que baralhou por completo as contas do grupo. Em 4x1x4x1, sem o talento de outrora, a equipa forasteira baseia o seu jogo na mobilidade ofensiva de um trio que conta com a irreverência do jovem Coman do Steua de Bucareste como ponto mais importante de ser seguido de perto.

8. Polónia x Itália

Roberto Mancini joga cartadas na Polónia depois do triunfo na Holanda que levou a Itália até à liderança do grupo. Ainda suportados por uma dupla incrível no centro da defesa – Bonucci e Chiellini – conta ainda com Jorginho como o barómetro do processo ofensivo mesmo partindo da posição seis. 

Surgirá na Polónia em 4x3x3 com o goleador Immobile a mover-se na frente de ataque.

As dificuldades que sente para assumir de forma criativa o ataque posicional vão sendo contornadas pela excelência do seu jogo defensivo – Sofre Pouco, parte para Contra Ataque e aproxima-se da vitória mesmo que baseado num jogo pouco vistoso.

Em 4x2x3x1 com uma frente de ataque de nível tremendo na zona de finalização. Deverá surgir preparada para ser eficaz a equipa de Brzeczek, enquanto Zielinski coordena todas as saídas ofensivas da equipa da casa.

Um jogo de matriz tática prometedora pela forma como ambas as equipas se sentem confortáveis com e sem bola.

9 França x Portugal

Seis pontos em dois jogos para ambas as equipas na Liga das Nações – França receberá um confronto entre o campeão mundial e o europeu. A equipa de Deschamps aparecerá em 5x3x2, que se transforma num 3x5x2 com a progressão dos laterais Sissoko e Mendy para zonas intermédias no ataque posicional.

A França baseia o seu jogo num estilo de grande capacidade para se impor nos duelos e não permitir que adversários joguem. Kanté e Nzonzi no centro do terreno têm o condão de tapar investidas ofensivas adversárias, e lançar a criatividade de Griezmann. Uma equipa de grande competência defensiva, que coloca na velocidade de Martial e na capacidade de definição de Griezmann no último terço toda a sua expectativa ofensiva.

Também Portugal deverá surgir com habitual competência no seu plano de jogo. A equipa de Fernando Santos raramente se desposiciona e permite veleidades nas saídas rápidas dos adversários. 

Deverá retomar o seu 4x3x3 que lhe permite defender com mais um médio – Danilo nas costas do sector médio – onde deverá surgir ainda Bruno Fernandes e João Moutinho. Com João Felix e Bernardo Silva a surgirem nas zonas de criação, é expectável que Portugal mesmo perante uma tremenda França consiga criar situações de finalização para Cristiano resolver. 

Um jogo de expectativa imensa pela qualidade dos intervenientes, mas de pontuação previsivelmente baixa pela abordagem ao jogo de ambos os treinadores.

10. Russia x Turquia

Cherchesov venceu as duas partidas anteriores e a recepção à Turquia poderá marcar a descolagem final para o acesso à Liga A das Nações. O 4x2x3x1 da equipa da casa contará com Dzyuba, o gigante goleador do Zenit na frente de ataque e com o talento de Miranchuk nas costas do seu ponta de lança. O talento não é o mesmo de outrora, mas a mobilidade ofensiva e a primazia dada nas saídas em construção pensadas para ganhar espaços mais à frente, tornam a equipa Russa como uma das mais atraentes da Liga B, e séria candidata ao triunfo final.

Do outro lado, a Turquia de Gunes, que somou apenas um ponto nas duas primeiras jornadas, e não pode nos dias de hoje contar com jogadores capazes de num rasgo de criatividade resolver o jogo. Também por isso tornou-se uma equipa de matriz tática defensiva. Baixa linhas, fecha espaços e deixa o tempo passar, feliz com empate. O duplo pivot do meio campo – Tekdmir e Tufan – tem muita disponibilidade defensiva e ajuda a fechar o jogo em organização.

Uma partida de paciência e dificuldades para criar, mas interessantíssima do ponto de vista tático e da definição do apuramento.

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