Noite de Triplete

Competitivo, intenso e tático. Nem sempre técnico. Ou melhor, nada técnico! Foi assim a grande decisão da Supertaça em Aveiro. Mais luta que talento, menos espaço que rasgo.

O equilíbrio foi a nota dominante na primeira etapa. A capacidade de recuperação da posse da linha média azul e a pressão da sua linha da frente deu ao Porto mais bola, mas nem por isso mais situações de perigo constante. A proximidade de sectores foi marca tática de um jogo de entrega e disponibilidade mas com pouco rasgo individual.

Organizações Compactas, para defender e para transitar

Com a linha mais baixa, Vertonghen e Otamendi rubricaram a melhor primeira parte da época. Porém, uma única hesitação sobre o momento de baixar para controlar o espaço nas costas foi o suficiente para que Taremi num dos seus tradicionais movimentos bem coordenados com o portador da bola, de entrada em ruptura se isolasse e fosse travado por Odysseas. Oliveira inauguraria o marcador de grande penalidade.

Segundos antes, Rafa Silva foi Rafa Silva. Em condução veloz desequilibrou numa transição ofensiva ultrapassando opositores mas perdeu o timing para isolar Darwin que já seguia em condições de ficar só perante Marchesín, perdeu a bola e na contra transição, o Porto conquistaria o penalty que valeria o golo de Sérgio.

Saída de bola do Benfica com FC Porto em 442 losango

A entrada na segunda parte trouxe um Benfica a pretender ser mais dominador mas aí então, o Porto mais perigoso nos momentos pós recuperação da posse.

Oliveira foi descobrindo caminhos mais livres por onde fazer a bola entrar, e as constantes perdas da posse de Taarabt foram fazendo o Porto crescer – Já se sabe que perder a posse em corredor central é catalizador de jogadas de perigo para o adversário.

442 do Benfica – Trabalho de Uribe e Oliveira para desposicionar médios e gerar espaço para bola entrar entre linhas

Enquanto o Benfica procurava construir contra 11 atrás da linha da bola, o FC Porto tinha finalmente o jogo que tanto o beneficia. Parte da Organização Defensiva, encontrando indicadores de pressão para saltar, recuperar a bola e atacar contra menos e espaços mais abertos. Cada ataque do Benfica parecia terminar com uma chegada à área… por parte dos comandados de Conceição.

A segunda parte foi tomada por completo pelo FC Porto e Odysseas foi adiando o sentenciar final da partida, primeiro a um remate de Uribe e posteriormente na bola parada.

Não matou o jogo quando o justificava e ainda precisou de sentir o livre de Grimaldo esbarrar no seu poste mesmo no término da partida para poder finalmente respirar, antes do talento de Luis Diaz finalmente sentenciar o triunfar no grande clássico.

Resultado justo pela segunda parte à moda azul. Esperar, recuperar a bola e criar perigo.

Destaques Individuais:

Sérgio Oliveira. Foi o homem do jogo. A defender com a agressividade necessária do modelo de Sérgio, a atacar com a chegada à frente, mas sobretudo a fazer rolar a bola de forma veloz e pelo sitio certo, possibilitando ao Porto condições para atacar a linha defensiva do Benfica.

Otamendi e Vertonghen. Finalmente concentrados e a superarem todos os duelos. Com entendimento a crescer, poderá finalmente estar a estabilizar-se uma dupla de centrais no Benfica.

Otávio. Sempre ligado ao jogo. É tão apreciado por Conceição precisamente pela capacidade defensiva ser igual à ofensiva. Num jogo mais competitivo que técnico, ao brasileiro nunca falta cumprimento tático e disponibilidade para ajudar a sua equipa.

Darwin. Num jogo de suor e conquista de duelos, com espaços, o ponta de lança uruguaio foi quem procurou remar contra a maré no ataque do Benfica, ganhando bolas de forma sucessiva aos centrais do Porto, tentando com os seus esticões individuais criar algo para que o desfecho pudesse ser diferente.

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5 Comentários

  1. Justo.
    Mas o equilíbrio foi quebrado por um pênalti. Fico a pensar se o Gilberto se deveria ter feito à falta.
    A perder é muito difícil dar a volta a este Porto.

  2. Começo a achar que vêem já o Darwin o que ele não é. E que, infelizmente, nunca vai ser… Como pode um avançado com tão fadado potencial ser um trapalhão em quase todas as acções a que é chamado a intervir? Treina melhor do que joga e daí encher o Mister de ilusões? Sei,e isso ninguém me pode negar, que não tem o faro pelo golo que tem o Gonçalo Ramos. Se há tanto tempo para ensinar e fazer evoluir este atleta porque não ajudar e fazer o mesmo por outro que tem algo que não se ensina. Gostava que vocês, gente que estuda este fenómeno que é o futebol e todas as suas variantes, físicas técnicas e tácticas, me explicassem o porquê disto acontecer. Isto vai para mim ser sempre algo inexplicável… qualquer atleta das camadas jovens com talento que estivesse a ter o rendimento de Darwin e Luca, só para falar em 40M em talento, já estariam postos na prateleira à espera de nascer 10x.

  3. O Corona que faz as duas assistências/passes de ruptura que decidem o jogo – e cuja actuação no miolo terá feito mais (objectivamente, com os passes referidos) pelo desequilíbrio táctico da partida que qualquer outra coisa – não merecerá aí uma mençãozinha?

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