Rússia no caminho para o Europeu 2022

Foi sorteado no dia 5 de Março o adversário de Portugal para os Playoffs de acesso ao Europeu 2022 a realizar-se em Inglaterra. A RÚSSIA!

Com um ranking mundial nº 23, a Rússia era a 2ª melhor classificada de entre todas as opções: Suiça (19), Ucrânia (24), Republica Checa(27) e Irlanda do Norte (31).

A nível de técnica individual e talento inato, a Rússia encontra-se uns níveis abaixo de Portugal. Fisicamente não são nem aproximadas ao poderio das Finlandesas por exemplo, e por isso torna-as um bom adversário para Portugal. Um bom adversário, não um adversário fácil. Na teoria, seria melhor defrontar a República Checa ou a Irlanda do Norte que são Seleções menos experientes, que nunca se qualificaram para um Europeu. Mas o sorteio ditou a Rússia. 3 factos:

  • Na seu Grupo de Qualificação perdeu apenas 2 jogos, contra o adversário mais forte e favorito no grupo: a Holanda (4º no ranking)
  • Marcou 23 golos e sofreu apenas 6 em 10 jogos.
  • 100% das jogadoras desta convocatória disputam o Campeonato Feminino Russo. Ou seja, não há nenhuma jogadora a disputar outro campeonato sem ser o Russo.

A Rússia em 4x4x2 com duas linhas de 4, e em fase de organização ofensiva circula entre centrais e laterais para atrair a pressão adversária e depois soltar longo numa das duas avançadas ou extremos, normalmente no corredor lateral.

As avançadas raramente procuram espaço entre linhas e preferem procurar a profundidade e, mesmo sabendo que podem perder a bola, estar perto para pressionar.

Para contrariar esta pressão imediata e forte da Rússia, Portugal terá de ser capaz de ter a média contrária à zona da bola fora da zona de pressão e aparecer numa zona diferente da que se encontra para conseguir receber, sendo que descobrir essa jogadora será a principal dificuldade, e será também a chave do jogo, pois se Portugal conseguir sair imediatamente da pressão e lançar um contra ataque, explorando a velocidade das avançadas com o espaço que haverá, poderá assim criar situações de golo.

Para sair desta pressão vai ser necessário criar individualmente movimentos para atrair/retirar jogadoras da zona onde vamos querer receber a bola e, conseguindo ultrapassar no 1×1 ofensivo, através de Andreia Norton ou Cláudia Neto principalmente, podemos lançar as avançadas com muito espaço para explorar e aproveitar situações de superioridade ou igualdade numérica. Tanto Jéssica Silva, como Ana Capeta e Diana Silva são jogadoras com características para explorar esse espaço.

Características e dinâmicas Ofensivas que Portugal já tem e pode explorar:

  • Liberdade da média mais ofensiva, em 4x4x2 losango, para explorar espaço entre linhas e conseguir sair da pressão, em condução ou drible:
  • Quando tem a bola, circular com paciência, em largura, incluindo o jogo interior e obrigando-as a correr sem bola e a pressionar com menos critério, e aí descobrir a jogadora que ficou descoberta entre linhas e explorar tanto nos corredores laterais como no corredor central as roturas das nossas avançadas.
  • Projeção das laterais para criar situações de superioridade (2×1) no corredor, atrair fora e libertar dentro.

Características Defensivas que Portugal tem de ter em conta:

  • Controlo da profundidade e a referência individual da jogadora que vai receber a bola, não deixando receber e virar à vontade.
  • Visto que batem muito, a linha do Meio campo tem de estar preparada para disputar e ganhar as segundas bolas. Com tudo!
  • Coberturas próximas quando existe essa receção e a AV Russa tenta o 1×1

Seja o primeiro a comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.


*