Por duas saídas da baliza

Leiria, 20/01/2021 - O Sporting Clube de Braga e o Sport Lisboa e Benfica defrontaram-se esta noite no Estádio Dr. Magalhães Pessoa em Leiria, no jogo a contar para a Final Four da Taça da Liga, segunda Semi-final, Allianz Cup 2020/21. Al Musrati ; Darwin Nunez (Gerardo Santos / Global Imagens)
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Primeiro saiu Hélton e terminou expulso, num lance em que a orientação corporal de Otamendi – Virado para a baliza adversária, ao invés de ter o corpo posicionado de forma lateral – impediu o defensor encarnado de acompanhar o movimento de ruptura de Abel Ruiz, e condenou bem cedo o Benfica a uma final de enorme sofrimento.

Otamendi de frente para o jogo

Posteriormente foi a precipitação de Odysseas, saindo da baliza quando Vertonghen estava completamente dentro do lance, que fez abrir o marcador – Que golaço de Piazón, que não desperdiçou a oportunidade de fazer a bola passar por cima do guardião grego – que colocando o Benfica não apenas em inferioridade numérica mas também no marcador, condenou a pretensão de vencer a Taça para a equipa de Jorge Jesus.

A partida iniciou-se com uma tremenda capacidade táctica de ambas as equipas em encurtarem o espaço quer em largura, quer em profundidade. Pouco espaço para se jogar, mas ambas as equipas a demonstrarem qualidade a saírem dos espaços curtos para chegarem ao último terço.

Enquanto em 11×11, o Benfica de Jesus encaixou Homem ao Homem no seu adversário, e condicionou de forma extrema a saída para o ataque da equipa de Carvalhal, impedindo o Sporting de Braga de ligar o seu jogo pelas fases ofensivas.

Numa partida de tremendo nível tático defensivo, e disponibilidade total, Al Musrati voltou a provar estar níveis acima dos demais centro campistas em campo. Mais forte, mais rápido, mas eficiente em todas as acções com bola, passou por ele o assumir da construção quando o Braga ficou em superioridade numérica. O médio líbio baixou para entre os centrais e permitiu subida pelo corredor a Sequeira.

Modelo Tático em Organização Defensiva do Braga – Variação entre 4x4x2 e 5x4x1, com Galeno a integrar linha defensiva

Depois do equilibrio no primeiro tempo, a segunda etapa trouxe um Braga com grande capacidade de criação, aproveitando a superioridade numérica para juntar os seus sectores e esperar pelo momento oportuno para acelerar quando o espaço se abriu. Por diversas situações os homens do Braga surgiram em zona de finalização tornando o jogo atrativo pela velocidade a que o jogo passou a disputar-se – Um Benfica em inferioridade e obrigado a sair de trás para procurar o empate, também o possibilitou.

Os trinta minutos finais do Benfica foram de grande intensidade defensiva – Conseguiu com menos um elemento colocar pressão a cada instante no portador e com isso tomou as rédeas da partida durante um largo período, mas perigo real somente quando depois de uma série de carambolas Rafa pôde finalizar com apenas Matheus pela frente. Darwin trouxe combatividade ao jogo de Jesus – Não apenas no momento defensivo, mas também pela capacidade demonstrada nos duelos ofensivos, mas a muita energia e vontade de reverter o resultado da final nao foi suficiente para impedir um triunfo arsenalista que se começou a desenhar na primeira saída de Hélton da baliza, e encontrou no roubo de bola de Esgaio em cima de Rafa Silva, o caminho aberto para o golo do inevitável Ricardo Horta.

A vitória premeia um Braga que durante um largo período – antes da saída de Paulinho e lesão de Iuri Medeiros foi a equipa mais capaz do futebol português, e marca a segunda final perdida em duas disputadas por Jesus desde o seu regresso a Portugal.

4 Comentários

  1. “Vamos arrasar”. “Vamos jogar o triplo”. Hahahahahahahahahahahahaha. Presidente acabado, treinador senil e qualidade do plantel ao nível de 95/96- mas 500 vezes mais caro. Hahahahaha.

  2. Essa do largo período nada tem que ver com o actual. Porque é jogador de futebol o Galeno? É um dos jogadores menos inteligentes que me lembro. O pormenor do lance da expulsão do GR é que merece ser discutido: mediante o encaixe táctico das equipas, o Braga tem muito melhor passadores do que o Benfica, e o ataque à profundidade torna-se inevitavelmente mais perigoso. Esta última frase envergonha-me mais do que um título perdido. Aliás, quase tanto como as recepções de bola que não davam para passar dos juvenis.

    Uma final infelizmente estragada, seria muito mais interessante em 11 contra 11. Digo estragada independentemente da expulsão ser bem ou mal arbitrada. Torna-se absolutamente desinteressante ver uma final de uma grande competição em 11 vs 10, principalmente desde os primeiros 15 minutos. Parabéns ao vencedor.

    Notas sobre o Odysseas: Helton foi o melhor que podia ter acontecido esta época. É em Portugal que o Benfica precisa de ver jogadores capazes de renderem rapidamente, e não nas extravagâncias do estrangeiro, cujo scouting demora quase tanto tempo como a adaptação!

    • Eu nunca gostei muito do Odyseeas porque acho que no futebol moderno já não há espaço, num plantel como o do Benfica, para um GK que é mau com os pés e tem extrema dificuldade em jogadas que envolvem afastar-se da baliza. Convinha lembrar que já esta época tinha sido responsável no 3o golo do Braga na Luz…entre os postes é muito forte, devido à sua agilidade, mas no resto é vulgar. Helton que nem sequer é nada de outro mundo, é melhor GK para as necessidades do Benfica…e Svilar é ainda melhor, pelo que se vê nos B’s, mas resta saber se já estará preparado para a equipe A.

      Quanto ao jogo, o artigo esquece-se de mencionar que na 1a parte, mesmo com 10, os melhores lances foram do Benfica, remates do Seferavic e Weigl…e mesmo na 2a parte, Benfica pode não ter tido tantos lances como o Braga, mas também teve vários.

      Este site não fala de arbitragens, mas quando existe um lance tão mal ajuízado e com consequências tão diretas num jogo, que até esse momento estava completamente equilibrado entre duas boas equipes, qualquer análise do jogo depois desse momento é irrelevante.
      Mas convinha apontar que o Braga, com mais 1, fez perto do triplo das faltas do Benfica, e maior parte delas no seu próprio meio-campo, o que diz que apesar de jogar com +1, Braga só se preocupou em fazer faltas para parar o Benfica. Chamar a isso uma equipe que pratica bom futebol só pode ser comédia…

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