Como a Itália de Mancini marca golos através da reação à perda

Quando Roberto Mancini assumiu o cargo de selecionador da Squadra Azzurra, em Maio de 2018, ninguém adivinharia que os italianos, acabados de ver a presença no Mundial de 2022 cair por terra, seriam a equipa sensação do Europeu deste verão. A verdade é que, desde essa trágica derrota contra a Suécia em San Siro, os comandados de Mancini perderam apenas 1 jogo oficial (frente a Portugal, na Liga das Nações que a seleção de Fernando Santos viria a vencer). Do primeiro 11 inicial apresentado pelo italiano de 56 anos só sobrevivem 4 jogadores face ao mais recente contra a Suíça: Donnarumma, Bonucci, Jorginho e Insigne.

Mancini sabe que para ter sucesso numa competição como o Euro 2020 precisa duma equipa versátil, capaz de jogar contra uma grande diversidade de adversários, que consiga criar oportunidades de golo de várias formas. Neste sentido, é notória a forma como a Itália consegue aproximar-se da baliza do oponente através do seu momento de transição defensiva.

“No playmaker in the world can be as good as counter pressing” (Jurgen Klopp,
2016).

A seleção italiana tem mostrado recentemente muita qualidade no momento após a perda da bola. Primeiro, pela forma como, em ataque posicional, tem sempre jogadores perto do centro de jogo, facilitando a recuperação do esférico. A partir daí, por estar mais perto do objetivo, consegue criar mais facilmente desequilíbrios face a um adversário que se prepara para atacar e, portanto, não está tão preparado para defender. Segundo, e merece muito crédito Mancini aqui, pela agressividade e vontade que os italianos demonstram em cada momento de reação à perda: num torneio de verão, vindos os jogadores de épocas extenuantes (alguns jogam 40/50 jogos por época), onde há pouco tempo para treinar, o selecionador italiano consegue extrair um compromisso enorme para com o coletivo (veja-se o sprint de Di Lorenzo para, aos 90 minutos, impedir um contra ataque da Suíça, ou o festejo de Tolói quando acaba de ver o seu esforço na transição defensiva recompensado com o golo de Immobile). Mesmo pelo comportamento de Mancini na linha lateral se percebe a importância que o treinador dá ao momento.

Vamos ver então como a Itália cria oportunidades do golo através da reação à
perda:

Sobre kaka 4 artigos
André Tarré Ribeiro, 20 anos. Treinador de futebol UEFA C com interesse na área de observação e análise. Atualmente envolvido em contexto de futebol de formação, dentro de campo e na área do scouting. Contacto: a.tarre@hotmail.com

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