De cebolada, Jorge

Houve muito Benfica na primeira parte em Moscovo. Como quase sempre acontece, a definição sobre a primeira fase defensiva é o catalizador fundamental para a toada do jogo. Da decisão estratégica de como defender a construção adversária se consegue condicionar o jogo opositor, ou se fica desde logo em desvantagem.

O Benfica juntou os seus três belíssimos centrais em simultâneo, e partiu daí toda a superioridade encarnada no primeiro tempo. Rui Vitória definiu de forma ineficaz a primeira fase defensiva, colocou extremos a sair aos centrais (Lucas e Vertonghen) e o Benfica saiu sempre de forma tremendamente fácil da pressão para encontrar posteriormente espaços mais à frente. Do jogo no primeiro terço do Benfica – mau encaixe defensivo do Spartak – se definiu que o Benfica chegasse incessantemente ao último terço com grandes possibilidades para acelerar.

Extremo Esquerdo saía em Lucas, Diogo baixava e recebia livre para acelerar jogo
Extremos com os centrais libertaram espaço lateral, por onde Benfica invadiu organização adversária

Mesmo quando os laterais russos chegavam atempadamente à pressão a Digi ou a Grimaldo, a variação de corredor encontrou o lateral do lado oposto só, e o Benfica não parou de acelerar o jogo por entre o muito espaço e incapacidade defensiva do Spartak em estancar o jogo ofensivo da equipa de Jesus:

No lado oposto, a pressão bem definida do Benfica nunca deixou o Spartak assumir o jogo. Seferovic encostava no médio, e eram os extremos que ficavam com os dois centrais. Encaixe Homem a Homem em todo o terreno e a equipa de Rui Vitória não encontrou sequer soluções para se libertar e poder assumir o jogo em ataque posicional.

Encaixe na Saída do Spartak, que não deu espaços

A superioridade do Benfica foi avassaladora, mas faltava concretizar, e só no segundo tempo um passe de João Mário encontrou Rafa para uma finalização soberba.

Com o Spartak perdido em campo, sem nunca encontrar os posicionamentos e movimentos dos jogadores do Benfica, sem agressividade que pudesse compensar as dificuldades que sofria taticamente, o Benfica tomou por completo conta das rédeas do jogo e foi sempre chegando com facilidade latente ao último terço. Demasiado fácil construir, o Benfica criou, criou, criou mas foi perdendo sucessivamente oportunidades para sentenciar o jogo e até a eliminatória.

Com João Mário, o melhor em campo, a puxar para o Benfica toda a organização e controlo do jogo – Incrível como com a suas decisões define toda a toada do jogo, fazendo a bola rolar com qualidade, rodando sobre os adversários e descobrindo os melhores espaços, foi Lucas Veríssimo – Que jogador – Fantástico em todos os momentos do jogo! – que com dois passes extraordinários em pouco mais de dois minutos descobriu primeiro Everton num lance de perigo imenso, e posteriormente Gilberto para o segundo golo encarnado. Destaque importante também para Rafa Silva, enquanto o Benfica apresentava superioridade tática, mas nem por isso técnica, foi o extremo que mais demonstrou poder desequilibrar a estrutura adversária, e para a entrada de Gonçalo Ramos – não fez o habitual – Golos – Mas aquela disponibilidade e passada larga que lhe permite chegar em momento ofensivo, mas também ser preponderante logo no momento defensivo – E aí se começa a definir toada do jogo – foram determinantes no condicionar do jogo.

Super Benfica na tarde de Moscovo poderia ter obtido um resultado ainda bem superior. Foi penalizado por uma eventual menor confiança no momento da finalização até ao resultado abrir. A vantagem tática deu espaço aos jogadores encarnados para imporem a sua qualidade no relvado. Para o Estádio da Luz, seguramente que Rui Vitória corrigirá abordagem, e não terá as mesmas facilidades a equipa de Jorge Jesus.

A estrela do jogo na página da

MOOSH


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