Destaques Sub-21 no final de 2021

Os grandes palcos começam a ser preenchidos por atletas cada vez mais novas e cada vez mais competentes. Nesta época de 2021/2022, vimos jogadoras de 19 anos a estrearem-se na liga dos campeões e jogadoras de 20 anos a ganharam a titularidade depois de quase 2 épocas em branco no seu clube. Este é o crescimento da jogadora portuguesa, mas sobretudo, este é o crescimento da aposta dos clubes ao nível da formação.

Desafiando-me a fazer o melhor 11 sub-21 que se destacou desde o início da época até ao Natal, parece-me que estas são as peças mais preponderantes se aliar-mos o rendimento individual à preponderância no coletivo.

Eis a Tabela com alguns dados que me parecem interessantes de analisar:

Que espaço existe para estas jovens jogadoras?

Analisando com detalhe a tabela apresentada, e sendo que é uma pequena amostra ( e na minha perspetiva – a melhor) parece-me que a Liga BPI é evidentemente uma liga que dá espaço para que o talento cresça e seja potenciado. Parece-me também o contrário – que as jogadoras estão cada vez mais competentes, e mais cedo, e conseguem dar garantias de qualidade aos seus clubes e competir com a experiência e Know How das suas colegas mais velhas.

Neste 11 há uma jogadora de 2004, uma jogadora de 2003, quatro jogadoras de 2002, duas jogadoras de 2001 e três jogadoras de 2000.

Agora olhamos para o número de jogos: Sendo que as equipas portuguesas com campeonato nacional e taça da liga fizeram no total 11/12 jogos, à parte temos o Benfica (que fez 20) pela participação na liga dos campeões, todas estas jogadoras têm uma participação ativa no rendimento coletivo da sua equipa, mesmo as jogadoras do Benfica que jogaram na Liga dos Campeões foram titulares ou participaram ativamente no plano do jogo. Isto é muito relevante!
Não só estamos a potenciar, como já estamos a retirar rendimento das mesmas, o que nos leva para um patamar de evolução individual muito bom a nível interno – Portugal.

Mais fundo ainda, três destas jogadoras já são presença frequente, e muitas vezes titulares, na nossa Seleção A. Falo de: Andreia Faria – 2000 e Andreia Jacinto e Kika – 2002. Estas duas últimas ainda podiam ter jogado, por exemplo, o apuramento para o Europeu nas seleções jovens ou ainda representar a Seleção Sub-23 no torneio de desenvolvimento organizado pelos Países Baixos. Mas não o fazem, porquê? São jogadoras de rendimento e fazem parte das melhores jogadoras portuguesas, apesar da idade. Duas jogadoras da formação das suas respetivas casas e que chegam não só ao plantel principal como aos maiores patamares internacionais. Há melhor que isto a nível interno de clubes?

Contextualizando ainda: todas estas jogadoras pertencem à fase de apuramento de campeão. Algumas lutarão pelo título, outras não, mas há algo que as une nesta perspetiva da evolução individual: Semanalmente são expostas ao mais alto nível competitivo. Há também algo que as diferencia, e muito, na mesma prespetiva: A semana de treinos. Com quem treinam? Se todas são detentoras de quase todos os minutos possíveis, onde poderá diferenciar a sua evolução ser mais rápida ou mais lenta? Há imensos fatores para responder a esta pergunta mas…. Diz me com quem treinas e dir-te-ei quem és. (Nunca na perspetiva redutora da questão)

Concluindo, e para não esquecer, O SC Braga este ano apostou muito forte nas contratações e tem dado pouco espaço dentro do próprio plantel sénior e particularmente no 11 inicial para a sua formação. Essa formação tem sido dos maiores veículos para os clubes que as rodeiam, e temos vários casos nesta edição da liga BPI de jogadoras de formação SC Braga que acabam por sair e abraçar novos projetos pois não veem continuidade no processo de trabalho, nem na ligação com o plantel principal. Esta é a principal razão de não haver nenhuma jogadora do SCB neste 11.

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