Ser estratega sem mudar a identidade – Tuchel e a saída a 4 que eliminou os Spurs

“Of course, today we used it again for the build-up but defended in a back five. It’s good to have these options but it needs to fit into what we expect and which spaces we expect to find. We will decide from match to match.”

Thomas Tuchel, treinador do Chelsea

É um debate já antigo: até que ponto deve o adversário influenciar a dinâmica funcional e estrutural de uma equipa? É legítimo que os treinadores tenham algum receio de levar a treino contextos que condicionem demasiado os seus jogadores em função do que é o modelo do adversário e assim deixando que alguns dos seus princípios se dissolvam pelo caminho. No entanto, é possível manter esses mesmos princípios, a equipa manter a sua identidade, e fazer apenas pequenos ajustes que coloquem os jogadores em condições mais favoráveis para atingirem os patamares de rendimento que o modelo prevê: a chave é encontrar esse equilíbrio. A propósito disto, o treinador do Chelsea – Thomas Tuchel – deixou algumas palavras interessantes em relação à eliminatória recente para a Carabao Cup com a passagem à próxima fase dos blues.

A verdade é que no imaginário da maioria das pessoas que acompanham de perto o Chelsea já está aquela estrutura em momento ofensivo de 1-3-4-3 mas será que o sistema é a identidade da equipa? Ou são os princípios? A verdade é que relativamente ao jogo prévio a esta eliminatória entre estas mesmas equipas, houve muito mais dificuldade em ultrapassar a pressão de encaixe do trio da frente do Tottenham sobre a saída a 3 do Chelsea, mesmo com os alas a baixar (que levavam com a pressão do ala adversário também). Neste figurino, a saída a 4 cria logo superioridade numérica e permite que os 4 encontrem ângulos de passe para os médios pegarem no jogo de seguida, com os alas do Tottenham também a ficarem na dúvida já que desta vez há dois jogadores do Chelsea na largura (lateral + extremo). O futuro do jogo é criar desadaptações no adversário, tirá-lo do conforto da sua estratégia de pressão mas sem desvirtuar daquilo que é pedido semanalmente em treino ao longo da época e que é característico do modelo.

Sobre Juan Román Riquelme 97 artigos
Analista de performance em contexto de formação e de seniores. Fanático pela sinergia: análise - treino - jogo. Contacto: riquelme.lateralesquerdo@gmail.com

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