
Em seis jogos Europeus fora de casa, o Sheriff levava cinco sem ser batido, nas provas Europeias do presente ano. Pelo caminho venceu no Santiago Bernabéu o Real Madrid, empatou no Dinamo Zagreb, no Estrela Vermelha e ainda em Shakhtar Donetsk. Apenas o Inter de Milão havia triunfado sobre a grande surpresa da Europa na actual época.
Depois de batido na Moldávia, a tarefa do Sporting de Braga afigurava-se hercúlea, e havia que aliar uma dimensão tática e estratégica muito importante ao jogo habitual da equipa de Carlos Carvalhal para que se pudesse surpreender o oponente.
Assim foi, e assim ficou selado o apuramento da equipa de Carvalhal para a próxima fase. Mas, como tocou taticamente no jogo para tomar vantagem sobre um opositor até então, tão difícil de bater?
Nós trazemos tudo sobre o lado tático-estratégico do jogo que levou o Braga à próxima eliminatória da Liga Europa.
Bloqueado no seu jogo na Moldávia, depois do Sheriff se apresentar num 5x2x3 que encaixou por completo no jogo ofensivo arsenalista, com o ponta de lança Yakhshiboev a marcar individualmente Al Musrati no momento ofensivo do Braga, Carlos Carvalhal preparou a saída para o ataque de forma diferente.
O médio líbio passou a abrir num espaço mais lateral com o intuito de arrastar o avançado centro para espaços mais laterais, e com isso abrir avenidas em espaço central para que David Carmo com o seu bom primeiro passe de pé esquerdo aproveitasse para ligar o jogo até zonas altas.
Nas zonas de criação, e depois da dificuldade dos avançados lidaram com a agressividade e marcação HxH dos centrais-laterais do Sheriff, Ricardo Horta passou a jogar mais profundo, fixando central para que não saísse e passou a ser André Horta, o médio a receber a bola no espaço de frente para os centrais.
Outro movimento de saída para o ataque importante passou pelo adiantar de Rodrigo Gomes – Lateral Esquerdo – para fixar o lateral direito oponente, e colocar novamente André Horta a receber a bola de frente para o adversário que não poderia sair na bola porque já estava com Rodrigo. O lateral bracarense subiu para próximo do lateral e foi Horta quem veio receber bola no espaço lateral, libertando-se dos médios e encontrando porto seguro para levar o jogo arsenalista para a frente
Outra alteração estratégica relevante foi o colocar de Fabiano – habitual lateral – com o posicionamento de central lateral. O intuito foi claro – Ter alguém capaz de carregar o jogo desde a posição de central. Fabiano projetou-se por dentro e por fora e serviu de elemento desequilibrador sempre que a bola vinha a rodar até à sua posição e encontrava espaço à frente, usou as suas próprias características para servir como mais uma possibilidade de chegada à frente dos arsenalistas:
No corredor direito, para além das possíveis incursões de Fabiano, havia que dar bola a Iuri de forma a que este pudesse virar para a frente. Depois de na Moldávia os centrais terem saído agressivos a todos os apoios de Iuri e Ricardo Horta, nunca os deixando virar, Carvalhal preparou um “truque” que libertasse Iuri e o pudesse trazer para o jogo.
Vitinha deslocava-se para o espaço de Iuri, mas sempre mais profundo. Fixava central e este com receio de deixar o avançado solto não saía quando a bola entrava em Iuri. Medeiros passou a poder receber em zonas de criação de frente para o jogo, iniciando desequilíbrios.
A Transição Ofensiva que valeu um Golo:
A Transição Defensiva: Ou joga o Braga ou não joga mais ninguém. Recuperação rápida da posse no pós perda – Valeria o golo inaugural do jogo
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