À atenção de Queiroz

white corner field line on artificial green grass of soccer field

– É possível que contra equipas cuja principal característica é a força e a cultura táctica, a melhor opção, seja apostar no talento, e não procurar equilibriar em centímetros e força;

– É possível que o 11 que terminou a partida seja um absurdo. Mas, podia ser pior. Faltaram Ricardo Rocha e Tonel a extremos;

– É possível que substituir Tiago, um médio talentoso, com capacidade para desiquilibrar em termos ofensivos, tenha sido uma enorme asneira;

– É possível que continuando a apostar em Hugo Almeida, Portugal continue outros 270 minutos sem marcar golos;

– É possível que abdicar de Quaresma e Miguel nas convocatórias seja estúpido. Que se segue? Nani começa a jogar pouco no Man Utd, e veremos Zé Manel e Luis Filipe na selecção?;

– É possível que Nuno Gomes, possa ser, bem mais útil que outros avançados que têm feito parte das convocatórias. Não sendo um bom finalizador, tem a capacidade de compreender muito bem o jogo, e conseguir, como ninguém, espaços para os colegas. Os extremos agradeceriam;

– É possível que não explorar o talento de Nani, num jogo que desde cedo se percebeu que poderia terminar a zero, tenha sido uma decisão estapafúrdia;

– É possível que as convocatórias e onzes elaborados, na tentativa de agradar a alguns críticos, com os quais Scolari nunca se preocupou, tenham sido o principal factor para o insucesso;

– É possível que um castigo federativo, a Carlos Queiroz fizesse mais sentido, que os castigos a Rui Pedro e Pereirinha;

– É possível que não voltemos a ter, novamente, a dirigir a selecção, quem não ceda a pressões e interesses. Com os custos que já sabemos.
Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

4 Comentários

  1. Excelente post.

    Depois de tudo o que estava para trás – a convocatória, a equipa escalada, a forma como se jogou – me estava a deixar céptico, quando substituiu o Tiago, o único que estava a conseguir encontrar espaços para os colegas na defesa da Suécia, deixando ficar em campo um Raúl Meireles completamente desinspirado (veja-se os passes disparatados que somou), percebi que a partir daí o empate ia ser um bom resultado.

    Ficou assim porque felizmente a Suécia revelou muitas insuficiências no ataque.

  2. Boas

    A seleção de hoje não me supreende nada nem deve supreender ninguém com mais de 10 anos. Esta imagem da seleção é a que sempre tivemos e que só nesta ultima dezena de anos de alguma forma mudou.Ou seja, até jogamos bem, com alguma qualidade (mas nada do outro mundo, quando comparado com o futebol da selação espanhola, por ex.) mas não fazemos golos. Em frente à baliza é uma tremideira louca, temos alguma dificuldades em criar claras situações de golo (jogamos bem até à área e depois, caput!) No passado também era assim, era a melhor equipa do mundo sem balizas. Com scolari, não havia tanto brilho na qualidade do jogo, mas marcavamos. O melhor periodo da selção foi com Humberto Coelho, mas também teve o melhor grupo de sempre, com Figo, Rui COsta, João Pinto, Couto, Jorge Costa, entre outros na melhor fase da carreira.
    Olhando para a seleção hoje, vemos um conjunto de bons jogadores, mas de momento, quase nenhum está no seu melhor, especialmente, quem mais pode desequilibrar como Ronaldo, Deco ou Simão. O jogador português em melhor forma é Raul Meireles e mesmo ele jogou miseravelmente no sabado. Criou-se demasiada expectativa com a chegada do professor (situação também exarcebada por ele…), que neste momento passou de euforia a uma depressão.
    Outro aspecto que não entendo, nunca entendi nem nunca vou entender é jogar de acordo com o adversário, especialmente quando o adversário é inferior. Jogar com Pepe a trinco (não está em causa a exibição do próprio, que foi dos melhores, está em causa a ideia) faz sentido se a Suécia fosse melhor, e daí mais cautelas defensivas de acordo com o tipo de futebol sueco, e/ou o empate fosse bom resultado, ou seja, fosse necessário defender. Nã, no sabado tinhamos de ganhar e como tal deveriamos colocar em campo aqueles que melhor expressam o nosso tipo de futebol, aquele no qual mais chances tinhamos de bater a Suécia por sermos muito melhores: futebol rasteiro, rápido, para melhor aproveitar os espaços e ai forçar o um-para-um onde somos francamente melhores. Queiroz foez isso no ataque (colocar Danny em vez de H.Almeida promove o dinamismo e a mobilidade) mas não o fez na “fonte de alimentação”, o meio campo. E num jogo em que teriamos de ganhar, jogar um parte com 4 centrais de raiz….Sinceramente não faz sentido!! O forte de Pepe e Rolando é defender, POrtugal tinha de atacar. Eu , quando Bosigwa saiu, colocava o Nani e deslocava o Simão como lateral, com o Pepe atento aos desequilibrios que naturalmente iriam surgir, mas POrtugal tinha de atacar e marcar e na falta de outras soluções…Mas agora é fácil falar. Só espero que ainda consigamos dar a volta que, apesar de muito dificl, não impossivel…

    Saudações

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.


*