Nem tudo o que reluz é ouro

white corner field line on artificial green grass of soccer field
Um pouco de água na fervura. O incremento do rendimento individual dos argentinos tem elevado o SL Benfica para patamares de rendimento ofensivo mais elevados. Que ninguém o negue.
Porém, o principal defeito colectivo persiste, ainda que nos últimos jogos não se tenha feito sentir. Mais por demérito dos adversários, diga-se.
São demasiados os momentos em que a equipa de Jorge Jesus tem somente 5 jogadores atrás da linha da bola. A excelência posicional dos 5 jogadores que ficam (4+1. O 1 é o jogador em contenção que sai à bola, formando os 4 restantes uma linha de cobertura atrás do tal jogador), e a péssima capacidade de definição das jogadas de quase todos os jogadores da Liga Sagres vão impedindo que a nível nacional o caos se instale. Para perceber a gravidade que é consentir situações com apenas 5 jogadores atrás da linha da bola, acredite que perante adversários bem cotados a nível europeu, a percentagem de golos obtidos por cada jogada em que tal suceda será sempre elevada. Apenas a falta de qualidade da nossa liga vai disfarçando um problema defensivo premente do Benfica.
Por forma a não ser surpreendido, Jorge Jesus não poderá pensar que está tudo bem. Tal como referimos ainda antes do início da Liga, sem Ramires, os jogos fora do SL Benfica iriam ser de resultado mais imprevisível. O problema mantém-se e as próximas duas saídas (Leiria e Académica) podem trazer surpresas.
P.S.- Inacreditável o número de passes que Carlos Martins falha por jogo. Vai variando entre servir os colegas só no espaço, na profundidade (bola quase sempre para fora ou para o adversário), com os passezinhos “açucarados”, tão bonitos de se ver, quanto de dificuldade elevada para quem a bola tenta receber. Mas nunca recebe, contudo.
P.S. II – Airton está pronto.
Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

12 Comentários

  1. A mim chamam-me de louco mas eu insisto. O Benfica não pode jogar com Gaitán e Sálvio abdicando ou de Rúben Amorim ou até de César Peixoto. Não pode.

  2. Depende dos jogos, eu acho que com adversários mais fraquinhos este sistema vai dando resultado, mas concordo contigo sem dúvida, aliás não é preciso "andar na faculdade" para se saber estas coisas.

    Bom ano p os membros do "lateral-esquerdo"

  3. Pois, mas Ramires já não conta e há só um.
    Talvez nesses jogos fora de casa a solução passe, por ou Amorim na direita ou Peixoto na esquerda, com pelo menos um um flanco equilibrado na transição para a acção defensiva.
    O problema do Airton chama-se Javi Garcia, de quem ainda está um pouco distante. Mas não esquecer que tem 20 anos. Jogarem os dois não me parece que seja hipótese. Pelo menos no inicio do jogo.

  4. Ricardo, para além de tudo o q acontece em campo parecer ser aleatório, o que é mais estupido é as dezenas de remates de 30 a 40 metros que se faz por jogo. Só bolas para o adversário…

    Mas, parece q a equipa esta c o mister. Determinação não parece faltar… falta é qs tudo o resto…

  5. Já agora deixar uma dica do porquê das equipas não aproveitarem bem a debilidade que referes no post, por três motivos:

    – Fazem como o Maritimo e tentam conduzir a bola na ala através de situações de 1×1, que passado algum tempo (demasiado) transformam-se em 1×2, e este aspecto é decorrente de…

    – As equipas que jogam contra o Benfica não identificarem o corredor central como principal espaço a explorar, e quando o fazem…

    – Procuram sempre a velocidade imediata com bolas nas costas da defesa, ao invés de uma circulação entrelinhas que traria mais vantagens.

  6. PB, e aquelas saídas nos pontapés de baliza do FCP neste jogo com o Nacional? Ri a bom rir…

    É o que dá quererem copiar coisas para as quais não têm jogadores para as fazer.

  7. Também vejo a acontecer o mesmo com o Arsenal. São riscos que se correm e que têm de ser calculados. Hoje o Arsenal raramente, ou nunca, foi surpreendido pelo City.

    Obviamente, que JJ saberá isso melhor que ninguém e nos jogos mais complicados terá de se precaver pois não tem um jogador como Di Maria nem um como Ramires. Se jogar com Sálvio terá de fechar mais no meio, e acho que deveria ensaiar o 4-3-3, com Javi, Aimar e Carlos Martins que se neste jogo falhou muitos passe nem sempre o faz e garante alguma consistência no centro do terreno! Ou jogar com Javi, Aimar e Gaitan, colocando alguém na esquerda que poderá ser Sálvio e Carlos Martins na Direita!

    Penso que Saviola, neste momento, não está acrescentar muito e está na hora de JJ procurar outras soluções, com colocações de peças noutros lugares ou fazer uso de Jara.

    Parece que o sistema rigido de ter sempre Saviola a jogar atrás de Cardozo não permite outras possibilidades, mas JJ é que sabe!!!

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