
– Verdadeiramente deplorável o critério (se houve algum) na nomeação dos melhores do Mundial. Se não há capacidade para perceber o óbvio, talvez seja boa ideia proceder às nomeações só no final do último dia. O melhor jogador do torneio, e a léguas de todos os outros, desde a primeira à última jornada foi sempre o mesmo, e foi indicado aqui, logo desde bem cedo, como o mais impressionante jogador na Colômbia. Como somente chegou ao golo, e por três vezes, no último dia, ficou fora do lote. Óscar é dez vez mais jogador, e foi dez vezes mais importante que os nomeados Coutinho, ou Henrique. Lamentável a sua ausência na entrega dos prémios individuais;
– Ainda nas nomeações. Inacreditável a nomeação de Hugo Mallo. Do onze inicial da selecção espanhola, é claramente o menos capaz. O critério arcaico de valorizar quem tem três dribles para oferecer, persiste numa nova era. Valorize-se ainda assim, a presença do argentino Carlos Luque no lote. A par de Óscar, é a grande figura do Mundial. Daqui por algumas épocas estarão no clube que decidirem estar;
– É possível que hoje o seleccionador brasileiro seja apelidado de genial, pelas alterações que promoveu ao intervalo. Na verdade, Franco Ney concedeu aos portugueses uma oportunidade quase única de serem felizes. Tivesse a selecção nacional uma, uma única que fosse, saída para o contra-ataque treinada e rotinada, e dificilmente não teria percorrido com êxito a enorme auto estrada que Ney abriu na sua defensiva;
– Não deixa de ser irónico que depois de ter chegado tão longe na prova sem uma única combinação ofensiva treinada, para além do ‘corre Nélson’, e com uma dose de sorte (misturada com imenso mérito de Mika) bem acentuada em quase todos os jogos, que Portugal possa hoje lamentar o grande azar que foi perder Cédric. Pensar que foi a lesão do grande lateral direito português que nos impediu de almejar a glória, é mais do que legitimo;
– Nelson Oliveira fez as delicias de todos os comentadores não portugueses que exerceram a sua actividade no site da Fifa, e na final do torneio, no canal Eurosport. Justificadamente. Sozinho desafiou o mundo e esteve bem próximo de ser bem sucedido. Força, velocidade, determinação, capacidade técnica e facilidade na finalização. Nélson é o avançado cujas características nos permitem recordar os enormes pontas de lança italianos e alemães, com que nos deliciávamos na juventude. É aquele avançado que sempre nos lamentámos não ter. Garantidamente que terá sucesso. Mesmo que tenha de ser fora de Portugal.
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