
Diego Capel é um jogador entusiasmante. Um agitador. As suas arrancadas, a forma rápida como conduz a bola contagia os adeptos e os próprios colegas. É e será um jogador importante em determinados momentos, de determinados jogos. Os seus impulsos já ajudaram a desbloquear jogos, e continuarão a ajudar. É, todavia, também um jogador com acções muito desadequadas, que por vezes prejudicam a fluência do jogo ofensivo leonino. Não faz sentido vê-lo, que nem miúdo de sete anos, a correr com a bola de corredor lateral a corredor lateral, passando por cima dos colegas de equipa, e permitindo o reajustar das defensivas contrárias. Independentemente do momento do jogo, a sua opção passa por transportar a bola. E se nas transições toda aquela velocidade, mesmo que por vezes direccionada para o sentido errado (fuga da baliza), é uma mais valia, nos momentos em que o adversário está organizado o jogo de Capel chega a ser prejudicial ao Sporting.
Já Carrillo é jogador dos pés à cabeça. Sabe jogar em todos os momentos. Talvez precisemos de vê-lo jogar vários jogos consecutivos para perceber a sua regularidade. Talvez as possíveis dúvidas que possamos ter sobre a tal regularidade derivem apenas de um preconceito para com a sua juventude. Porém, as suas exibições, mesmo que em curtos espaços temporais são verdadeiramente entusiasmantes. O miúdo sabe passar, sabe quando passar, sabe desequilibrar e quando o fazer, sabe tabelar, sabe jogar fácil e sabe progredir quando a situação o impõe. Sabe quando procurar o espaço ou o pé dos colegas. É muito veloz, e com imensa qualidade técnica. É certo que se tivesse outra nacionalidade já hoje se falariam em imensos milhões de euros. Na verdade, um talento deste nível, nunca custaria ao Sporting menos de quinze vezes o valor que efectivamente custou, se tivesse vindo do Brasil.
À atenção dos tubarões europeus. O miúdo tem pouco estatuto e eventualmente, pouco valor monetário. É agir rápido, porque mais tarde, quintuplicará o valor da transacção. É pós Nani a grande figura a crescer em Alvalade.
P.S.- Quando daqui por um mês o Sporting visitar o Estádio da Luz, queira Jorge Jesus persistir na sua desequilibrada táctica, e queira Domingos insistir no peruano, e quem sabe se com toda aquela velocidade e capacidade para definir os lances, Carrillo não obtém então o reconhecimento que o seu potencial indicia. O miúdo não engana.
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