
…e como tal não se coíbe de tentar e tentar e tentar.
Quaresma secou o ataque do FC Porto. Com ele praticamente não há meio termo. Ou sai golão ou bola para o adversário. Se sai para o seu colega é apenas porque era necessário um cruzamento bonito ou um passe de ruptura. Um passe simples num apoio para rodar o centro de jogo está fora de questão. Ricardo poderia usar o respeito que os adversários lhe têm para atrair e soltar para espaços mais perigosos e com menos adversários. Mas não. É sempre ele. A assistência tem de ser dele. O golo tem de ser dele. O passe que antecede a assistência, ou o passe que antecede o passe que antecede a assistência têm valor zero para o talentoso jogador agora do FC Porto. E como tal, Quaresma secou o ataque do FC Porto.
29 golos em 14 jogos havia sido o registo do FC Porto antes Quaresma na presente época. 16 em 11 pós Quaresma (mas hey… Ricardo somou 5. A culpa há-de estar em outrem…). Um jogo em branco antes de Ricardo, quatro jogos sem marcar com Quaresma. Como facilmente se depreenderá é muito redutor explicar queda tão acentuada com a presença de um único jogador. Mas, já aqui, logo após a derrota na Madeira haviamos afirmado que o jogar do FC Porto, naquele momento já totalmente centrado num jogador que tinha chegado ao clube apenas algumas semanas antes, não iria correr nada bem.
E quando a trivela bater no fundo da rede e você em pulgas vier “bater” no “lateral esquerdo” lembre-se… não compensa. Simplesmente não compensa.
E ao contrário do que quem nunca perceberá um jogo de futebol crê, decidir bem não é não arriscar. Muito pelo contrário. É identificar o melhor caminho a cada instante. Isto não significa que não surjam demasiados momentos para o passe de ruptura ou para o remate. Apenas é garantido que tal não se impõe de todas as vezes que a bola estiver junto à bota. É tudo uma questão de probabilidades. Se em dez só farás um, melhor procurar alternativa que em dez consigas mais vezes ser bem sucedido.
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