
“…era difícil contrariar, frente a uma equipa com a qualidade do Benfica. O Benfica define com muito critério” Nuno Espirito Santo.
E tudo feito a uma velocidade incrível para aquela que é a realidade do campeonato português. Foram 45 (os que pude assistir) minutos de enorme qualidade. Defensiva, no pressing asfixiante que valeu inúmeras recuperações de bola alta, e ofensiva na forma como após a recuperação o Benfica chegava rápido e bem às imediações da área adversária.
Gaitán e Markovic completamente “domados” (“se ele me cria uma vez e perde a bola, se me cria duas vezes e perde a bola, sistematicamente colocando em causa o que é o colectivo, ai isso para mim não é criatividade. Para mim ele está a recrear, não está a criar para a equipa.” Vitor Pereira) deram um salto qualitativo enorme. O argentino de época para época faz o seu melhor ano no SL Benfica (há não muito havíamos referido que ter perdido tudo num curto período de tempo e a desilusão inerente a tal, fez o argentino crescer enormidades. Finalmente percebeu prioridades). E impressiona que um miúdo de 19 anos, primeiro ano de sénior, com tantas qualidades individuais tenha tido a humildade de perceber que o mundo não gira à sua volta e se tenha entregue à equipa da forma como Markovic o fez. Será uma estrela do futebol mundial se mantiver as prioridades direitas.
Não há no futebol do Benfica quem o emperre. Mesmo que por vezes as decisões não sejam as melhores, todos procuram jogar para a equipa e não para si. A bola circula em largura, em profundidade. A todo o instante se procura o colega em melhor posição para receber, e a todo o instante há várias opções de passe, fruto de um modelo extremamente bem trabalhado e consolidado. Excelência total de quem o idealiza (ao modelo) e momentos de excelência de quem o interpreta.
Os génios somam. Estão no colectivo. São onze jogadores, e não 10+1.
E depois há…o melhor de todos. Enzo Perez. É quem mais desequilibra. A facilidade com que quebra a primeira linha de pressão é assustadora. É o argentino quem desequilibra todo o adversário, porque a si chama sempre jogadores de outros espaços que tiveram de sair e compensar quem foi ultrapassado. Jogando contra Perez, cortar linhas de passe não é opção porque o argentino pega na bola e vai embora em condução. Pressioná-lo é deveras complicado e deve ser feito com pinças. Uma abordagem mais reactiva e fica-se para trás porque ele sai pelo lado contrário, sempre em condução. Somando tudo à sua agressividade defensiva e cultura posicional e temos o melhor jogador da presente Liga.
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