
Isso faz com que o jogo do Bayern se torne previsível, e que não consiga imprimir a dinâmica certa, sobretudo pensando que Thiago não está disponível. Hoje, viu-se um Bayern a procurar de forma constante colocar em Mandzukic, ao segundo poste, por forma a que ele dispute o lance com o lateral (pela diferença de alturas que terá, e talvez menor agressividade dos laterais), para servir os colegas ou finalizar. Até à entrada de Goetze, e Muller, o jogo do Bayern foi isto. Posse, procura de Mandzukic, posse. O efeito é nocivo. Tem sido assim que o Bayern tem feito muitos golos este ano. Os jogadores de cada vez que marcam um golo reforçam esse comportamento, e naturalmente a opção de jogar no avançado croata passa a ser a única.
É muito pouco para um treinador que nos habituou a furar blocos com a bola controlada, e a penetrar apenas nos momentos certos, com uma dinâmica e mobilidade incrível de todos os jogadores envolvidos no lance. E por isso continua a fazer-me muita confusão a aposta em Mandzukic em detrimento de Muller, claramente o jogador da frente de ataque, que melhor percebe o que Guardiola quer. Procura as melhores linhas de passe, procura colocar-se dentro do bloco, e tenta explorar a profundidade apenas quando as condições certas estão criadas.
Aqui, um texto bastante interessante do Entre Dez sobre o avançado croata.
Para finalizar, não deixei de esboçar um sorriso quando ouvi, durante o lance do golo do Real Madrid, o comentador dizer que havia muita lentidão. Referindo-se certamente à pouca velocidade imprimida no lance. A ideia de que um transição é para ser explorada sempre com grande velocidade, independentemente das condições, é um dos lugares comuns mais visitados no futebol. A transição, como qualquer outro lance, é para ser aproveitado consoante as condições, e à velocidade que o contexto pede. Se for preciso, para aproveitar um mau posicionamento do adversário, temporizar, retirar velocidade ao lance, e depois acelerar no momento certo, assim o deve ser feito. E foi o que o Isco fez. Quando recebeu a bola, não tinha nenhuma linha de passe próxima, disponível, para dar continuidade ao ataque. Para que o ataque tivesse qualidade, era necessário que essas linhas de passe fossem criadas. Isco temporiza, conduz, liberta Ronaldo da marcação, e entrega. Ronaldo com tempo e espaço, solta em Coentrão, e 90% do golo está nessas duas acções. O melhor caminho estava escolhido.
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