
Dizia há uns anos Fábio Capello que o melhor treinador era o maior dos ladrões. Se há quem tenha boas ideias. Ideias que agradem e que façam sentido dentro de um outro modelo de jogo porque não as usar?
A primeira mudança clara que se percebeu no Sporting de Marco Silva foi um incremento muito grande de qualidade logo na primeira fase de construção. Com Jardim, os centrais praticamente só serviam para jogar longo e defender. Com Marco Silva perceberam-se os posicionamentos de Rosell idênticos aos que Jorge Jesus sempre pediu ao seu trinco. Ofensivamente, baixa para central possibilitando que o central com bola progrida chamando a si, fixando, um adversário directo do meio campo adversário, criando desde logo uma necessidade de restabelecimento de equilíbrios na estrutura adversária.
Também a defender, Rosell se mostrou com os posicionamentos que já vemos há muitos anos nas equipas de Jorge Jesus. Tornados célebres por Javi Garcia. Sempre em coordenação com os centrais. Quando um sai para disputar uma bola no ar, ou sai para contenção, o espanhol baixa para a posição de central.
O espanhol defende ao lado de Adrien num duplo pivot defensivo. É pressionante quando a defender a bola está na metade direita do campo. Dá cobertura a Adrien quando a bola está na metade esquerda do campo. Defensivamente é ele que liga com o sector defensivo. Ofensivamente é ele que fica e Adrien torna-se mais ofensivo.
Também na forma como pressiona, com um segundo avançado a não deixar os centrais adversários progredir (outra solução seria o avançado movimentar-se em L cortando linha de passe entre centrais, convidando central adversário a progredir pelo lado que o avançado escolhe) este Sporting tem semelhanças com as equipas de Jesus.
Posicionamentos à parte, que nascem das ideias do treinador, interessante a constante procura por passes interiores, aliada à sua boa capacidade de passe. Mostrou qualidade para poder entrar na equipa. De quatro (Rosell, William, Adrien e Martins), jogarão três.
Deixe uma resposta