
Incontestavelmente o melhor futebol da Europa esteve em acção ontem. Aproveitem por isso, e não deprimam hoje, tal vai ser a diferença entre a qualidade dos jogos de um dia para o outro. O futebol é diversidade, é de várias ideias e concepções de jogo, dizem. Jogar contra o Bayern com linhas subidas e levar 6 é suicídio, jogar com Bayern e levar 6 com linhas baixas é estratégia. A diferença entre a estratégia e o suicídio está na cabeça de quem acha que no futebol só existe estratégia na defesa. Muito por culpa dos novos filósofos do futebol, que acham que até podem ter 1% de posse de bola, desde que ganhem, está tudo bem. É só ir para a conferência de imprensa, dizer que controlaram o jogo, que souberam gerir as próprias expectativas, que não permitiram oportunidades de golo, que criaram o suficiente para ganhar, que estrategicamente foi assim que prepararam o jogo e todos dizem que sim. Fala-se bem, com eloquência, e vai-se destruindo o futebol e jogadores verdadeiramente talentosos porque o treinador não acompanha nas ideias a qualidade dos jogadores. Não se diz que a jogar em casa o adversário criou mais do dobro das ocasiões e só não teve a sorte de as finalizar. Assim serão jogados os jogos de hoje, nada divertidos, interessa é ganhar. Enfim.
Hoje o mundo acorda normal. Mais uma grande demonstração de Guardiola, mais um dia em que os profetas do final do melhor futebol – treinador – do mundo ficam enfiados num buraco. Não há nada melhor do que fazer calar os seguidores do treinador especial 95% do tempo, dando-lhes três semanas de falsa alegria e 10 meses de sofrimento real.
O terceiro golo do Bayern é o golo do Lateral Esquerdo – Treinador com ideias de qualidade, jogadores inteligentes na execução. Assim caminha a melhor equipa do mundo ainda que não tenha os melhores jogadores. Se tiver que escolher, continuo a preferir Lewandowski. Se Jackson é top 5 este é top 3.
Por falar em méritos, tenho a certeza que Guardiola treinou Muller para chutar contra Indi, sabendo que Fabiano tinha dificuldades e ia comprometer; e ainda treinou a pressão sobre Marcano, sabendo que ele ia chutar contra Lahm, preparando o posicionamento para posteriormente aproveitar o lance como no quinto golo. E espantem-se, a estratégia deu frutos!
Lopetegui diz, e bem, que o Porto não conseguiu ter bola na primeira parte e pagou isso caro. Mas não devia ter pensado nisso, o treinador, quando decidiu lançar a equipa no jogo como a lançou? Ainda está, para mim, difícil de digerir o postura tão menos agressora (com e sem bola) do Porto em Munique. Mas nem tudo é mau. Jackson continua a valorizar-se, apesar de Guardiola ter, desta vez, trabalhado o posicionamento de Alonso para que não fosse tão pressionado pelo colombiano, com bola Jackson continuou a mostrar o nível elevadíssimo a que se pode exibir. Mesmo quando a equipa não aparece para o acompanhar, ele aparece sempre para puxar pela equipa.
O PSG, fraquíssimo colectivamente como já se tinha afirmado por aqui, deu mais uma prova da sua enorme categoria futebolística ao permitir à Iniesta criar um golo digno de Maradona. Dizia eu que 1×1 já não existia no futebol, que era coisa do século passado, que o futebol tinha evoluído e que as melhores equipas já não deixavam esses espaços. E quando pensas que já nada pode surpreender surge Blanc a demonstrar exactamente o contrário. Diz ele que tem grandes jogadores, mas que para fazer frente ao Barcelona é preciso estar a 120%. Eu digo que para fazer frente ao melhor jogador espanhol de sempre é preciso ser forte colectivamente. Alguém acha, de verdade, que aquele lance é de um grau de dificuldade elevado? Exceptuando o último passe, não há nada ali que qualquer outro jogador que saiba conduzir a bola não consiga fazer.
David Luiz diz que na próxima época o PSG vai lutar pela Champions. Contigo da defesa, David, isso é que vai ser uma luta hein!
Pirlo, não abandones já. Mas quando fores está garantido que o lugar fica bem entregue. Até lá, ficarei a torcer pela oportunidade de ver-vos juntos em campo mais tempo. Por isso, por vocês, estou disposto a fazer um esforço por ver o horrível futebol que se pratica em Itália. Do filme Anões que Apaixonam, Verrati surge a jogar com a cabeça e a dançar com os pés.
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