
Naturalmente que não há treinadores anti o que quer que seja. Cada um tem o seu modelo e as virtudes e defeitos são passíveis de observar enquanto a equipa se move no terreno.
Desde 2008 que existe “Lateral Esquerdo”. Cresceu muito com Mourinho. Com as suas ideias e ideais. Foi todavia nas épocas de 2012 e 2013 que quase tudo o que por aqui se defende há tanto tempo foi tendo fundamentação nos relvados. Em simultâneo na Liga portuguesa duas equipas de excelência táctica quase inigualável. Os confrontos de e entre SL Benfica e FC Porto foram tornando-se épicos, por quase de Xadrez. Tudo tão bem definido, tudo tão bem pensado.
A um Benfica electrizante e organizado de Jesus, um FC Porto pressionante, de posse organizada e segurança inabalável. Bateram-se recordes nas pontuações. Na penúltima jornada da Liga os dois primeiros sem derrotas. Grandes jogadores para a realidade portuguesa de um e de outro lado, e sobretudo grandes estrategas, grande qualidade organizacional dos modelos.
Vitor Pereira tão criticado “nas ruas” tão aclamado no “Lateral Esquerdo” por tudo o que a sua equipa demonstrava em campo, naquilo que é possível ao treinador controlar. Fica na memória de quem entende o futebol de uma certa forma menos tradicional comparativamente com décadas anteriores, a forma como reinventou um super James, aproveitando-o no espaço entrelinhas adversário, no corredor central, quando o expectável talvez fosse vê-lo por fora. Um modelo pensado em função das características dos seus atletas, expremido ao máximo, com total rigor. Um 4x3x3 nos media, que era no fundo um 4x4x2 aquando da posse, com um único extremo e um avançado centro. Uma dinâmica difícil de perceber e sobretudo de parar.
Vitor Pereira, profundo conhecedor do jogo e exímio no mais importante. No passar para o relvado pelo exercício o que se pretende. No operacionalizar das suas ideias. Poderá bem mais cedo do que o que pensava chegar ao clube onde há uns meses atrás garantiu ser o único que lhe interessaria representar em Portugal. O SL Benfica.
Não há outra forma de responder à partida de Jesus que não contratando competência elevada. O “Anti-Jesus” seria apenas um bónus pouco relevante, mas que não deixaria de mexer com a mente dos adeptos.
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