
“si yo fuera Maradona
viviria como él
Si yo fuera Maradona
Nunca m’equivocaria”
Tudo em Maradona é uma lenda.
Foi em noventa e quatro, que a FIFA destroçou, definitivamente todo um sonho de criança que virara adolescente.
Era uma criança oito anos antes, mas já Argentino. Eles têm o Maradona, não se cansava de repetir o meu mais velho, e mais astuto primo Sérgio.
Os telejornais abriam com os feitos de um baixinho que dominava o mundo. Foi o meu primeiro melhor jogador do mundo, e todos sabemos quão especial isso é. Os seus golos no México, as suas infindáveis jogadas que destroçavam todos quanto os que cruzavam o seu caminho. Ainda que de baixa estatura, de tão brilhante que é salta mais alto que Peter Shilton e de cabeça elimina a Inglaterra. A nossa Argentina sagrara-se Campeã Mundial. Como poderia ser diferente? Nós temos o Maradona!
Três anos depois, quis o destino que o caminho do Napoli se cruzasse com Portugal. O Maradona vem a Portugal. Recordo perfeitamente a emoção que foi saber que tal aconteceria. De facto, impossível é recordar um outro momento em que alguém com maior importância por cá tenha passado. É em oitenta e nove que pela primeira vez me desiludo. Não com Maradona. Nunca com ele. Alberto Bigon deixa o astro sentado no banco de Alvalade, e ainda hoje não percebo porque não se colocou aquele banco no museu do clube. Maradona entra, mas é o dezasseis. O melhor dezasseis da minha vida, garantidamente. Mas Maradona era o dez, e desde então que não esqueci mais o nome do treinador italiano que me atraiçoou. É nessa eliminatória que alguém comete o maior feito que recordo. Ivkovic, guarda redes do Sporting, defende um penalty de Maradona.
É em noventa e quatro que se comete a mais terrível injustiça de que há memória. Maradona está de volta, está bem e recomenda-se. Volta a carregar um país nos seus ombros. Joga, marca, faz jogar. Vamos ser outra vez campeões, penso. Temos o Maradona!
Já depois de destroçada a selecção grega, o telejornal volta a abrir com Diego. A infame FIFA volta a castigá-lo. O uso de cocaína é a mentira avançada para retirar do torneio o seu mais brilhante astro. É claro que uma organização maior teme o que pode almejar a Argentina nas asas de Maradona. Uma enorme mentira, que será um dia corrigida. Ainda hoje estou certo disso.
Nao. Maradona nunca me desiludiu. A culpa esteve sempre nos que à sua volta gravitavam.
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