
A frase é de um cronista e retrata a ideia geral que todos têm das competências dos treinadores, quando não percebem um pouco sequer do que é o seu trabalho.
Qualquer coisa não está bem, mas não se sabe o quê? É o treinador que não sabe motivar.
Quando no clube um pai aparece a contestar algum treinador, já se sabe. Esse treinador não sabe motivar…
É difícil perceber exactamente o que é o “motivar”.
Alguém acredita que treinadores como Jorge Jesus sejam capazes de motivar da forma como o público em geral idealiza o “motivar”? O que é motivar? Dizer a Sicrano ou Beltrano que é muito bom jogador e que vai resolver o jogo? E como que por magia o atleta passa automaticamente a ficar “motivado” e resolve mesmo o jogo?
A confiança num atleta é algo absolutamente determinante. O mesmo jogador é um quando confiante e confortável no jogo e no modelo, e outro totalmente diferente para pior quando duvida de si e do modelo.
Todavia, a confiança não advém das palavras. A confiança aparece quando há sucesso. Quando as acções realizadas pelo jogador são bem sucedidas! A equipa torna-se confiante quando o modelo a aproxima da vitória. No fundo, é muito mais o modelo a levar à confiança pelo sucesso que possibilita do que o contrário. Inserir o jogador num modelo que ofensivamente lhe garanta muitas linhas de passe, muitas e diferentes opções ao portador, sejam em apoio, ruptura ou cobertura e todo e qualquer instante, ajudará a que as suas acções tenham maiores probabilidades de sucesso, do que obrigá-lo a definir sozinho. E é deste sucesso que depois chega a confiança e a motivação. E não o contrário! Passar a tal confiança via oral tem um impacto reduzidíssimo quando não estão criadas condições para que o sucesso seja contínuo.
Lopetegui até poderá ser fantástico a motivar, ao contrário do que é sugerido. Porém, tal é absolutamente irrelevante se o que realmente faz aumentar a confiança e a motivação não estiver presente.
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