
“Não sei se ele constrói isso (estrutura). Basta ver como, no Benfica, não construiu nada. Assim que saiu de lá, o Benfica voltou a ser o que era. Nesse aspecto, o trabalho dele é bem diferente daquele pelo qual o Cruyf é o principal responsável no Barcelona. Mas concordo com a questão da estrutura. Muito se falou de como o Benfica passou a ganhar não por causa do Jesus mas por causa da estrutura, e está à vista que a estrutura não tem responsabilidade nenhuma no bom trabalho do Jesus. E não sei mesmo se não prejudicou, em muitos momentos.” Nuno, num comentário no “Entre Dez”.
O impacto imediato de Bruno César, a demonstrar não só como o seu treinador, muito à frente dos demais, valoriza sobretudo o processo de treino, pois é ai que se cresce e é ai que o treinador vence os jogos e demonstra competências, mas também a demonstrar a forma como o Sporting se começa a superiorizar ao seu rival até no recrutamento. Depois de seis anos de vazio, diga-se.
O brasileiro, previamente bastante elogiado por aqui aquando da sua passagem pelo SL Benfica, acabou transferido por mais de 5 Milhões de Euros para fora, e apenas dois anos depois estava de regresso à Liga portuguesa, com uma cláusula que o permitia sair a custo zero e ninguém no seu anterior clube mesmo tendo trabalhado diariamente com o brasileiro conseguiu perceber que César é incrivelmente superior ao amontoado de extremos que chegaram na presente época à Luz. Desde Bilal a Carcela.
Jorge Jesus, e as suas opções no recrutamento acabam por justificar a opinião citada no início do presente texto. O tempo de jogo e preponderância dos reforços do Sporting no jogar e sucesso da equipa, mesmo que tenham todos chegado a custos bastante diminuto quando comparado com a dos rivais ajuda a perceber que até no recrutamento sempre foi o treinador a fazer a diferença. Tudo isto em cima da sua ímpar qualidade a potenciar pelo colectivo as suas individualidades.
Ao SL Benfica chegou Marçal, Carcela, Murillo, Diego Lopes, Pelé, Mitroglou, Raul, Bilal, Taraabt e Ederson. Joga um. No Sporting, que lidera a liga, quase meia equipa dos habituais titulares (João Pereira, Naldo, Téo, Ruiz, Bruno César ?!) chegaram com o treinador na presente época. Outros como Aquilani vão tendo o seu tempo e o seu espaço.
Inqualificáveis as declarações de Jorge Jesus sobre o seu colega de profissão Rui Vitória. O amadorense sempre foi isto. Tudo o que é como treinador, não é como pessoa / homem. Quem o contrata já sabe ao que vai. A questão é perceber se o que traz (desde o maravilhoso trabalho de campo à avaliação muito superior sobre qualquer outro, que faz das qualidades dos jogadores (para o seu modelo)) é compensatório.
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