Múltipla da semana.

AS ROMA – AC MILAN
Em Roma, o AC Milan deverá apresentar-se em 442, com Bacca e Nyang na frente de ataque. Os dois pontas de lança trazem um jogo muito físico à equipa milanesa. Sempre prontos para pressionar e explorar os espaços vazios. A linha média menos capaz em termos individuais. Pouca participação na construção e na criação quer do duplo pivot da linha média, quer dos extremos. Um jogo mais directo e menos pausado em termos ofensivos. Não abunda o talento.
Defensivamente a equipa demora a encurtar distâncias intra e inter sectoriais. Os ajustes são poucas vezes assegurados em função da situação de jogo e perante a velocidade dos avançados da AS Roma, o Milan terá um jogo complicado. Um possível empate perante o igualar de forças.

Parte de um 442 no momento defensivo, com duplo pivot no meio e extremos dentro na linha dos médios, para um modelo de qualidade e grande matriz ofensiva, onde a mobilidade dos alas com a dos dois avançados é um traço acentuado do jogo romano.
Dzeko, Gervinho e Salah dão a imprevisibilidade ofensiva que o modelo tanto promove. Defensivamente a linha média ainda permite que o espaço à frente dos centrais esteja desocupado por demasiado tempo, sendo possível receber, enquadrar e lançar de frente para a sua linha defensiva. Em San Ciro, um empate será o resultado bem mais provável.


REAL SOCIEDAD X VALÊNCIA
Tem vindo a crescer na temporada a Real Sociedad, com a troca de treinadores. Eusébio vai tentando impor o seu estilo, bem próximo daquele que sempre jogou na Catalunha. Pressão na construção adversária e muita vontade de ter a bola.
Canales, Granero e Vela a encontrarem nas novas ideias um espaço óptimo para o seu jogo. Criatividade, tomada de decisão e velocidade a executar. Com a velocidade de Bruma nas transições, a equipa espanhola começa a ganhar forma. Perante uma equipa de inegável valia como o Valência, um empate será o mais expectável.


O Valência é a grande desilusão da temporada. Vem contudo de dois resultados extremamente moralizadores. A goleada ao Granada e antes o empate com o Real Madrid.

Sem tocar no sistema táctico, Gary Neville. Permanece no seu 433, com André Gomes e Danilo como interiores e o enorme Parejo como trinco. Meio campo sempre com qualidade para ter a bola no chão e sair apoiado. Na frente Alcácer percebe os momentos para procurar rupturas e finalização, ou para esperar pela equipa e tocar em quem está de frente. A linha defensiva parece hoje mais coordenada e mais capaz de jogar mais alta. No campo da Real Sociedad espera-se um jogo de muito equilíbrio, e bem provavelmente um empate perante a equivalência de forças.
SEVILHA – BILBAO
Matriz ofensiva é a marca de Emery no Sevilla. Parte dum 4231 no momento defensivo, com ponta de lança entre centrais, procurando cortar linha de passe e condicionar lado da saída para o ataque do adversário, para um modelo de grande desdobramento ofensivo. Muita mobilidade, com várias trocas posicionais em organização ofensiva. Trémoulinas, o lateral esquerdo transforma-se em extremo, passando Reyes ou Konoplyanka a pedir a bola mais dentro. No lado oposto, a mesma dinâmica. Banega, um grande talento sempre a mostrar-se disponível para receber no corredor central liga toda a equipa. Um carrossel de futebol ofensivo que promete sempre golos e vitórias.
Ideias muito ofensivas as do Bilbao de Valverde. Parindo de um 4231 com Anduriz, o avançado centro num grande momento. Com laterais profundos em organização ofensiva,  a construção por dentro fica a cargo dos centrais e médios centro que baixam. Comportamentos bem definidos nos momentos ofensivos. Na transição defensiva mais dificuldades porque envolve muita gente à frente da linha da bola. Perante a velocidade da transição do adversário esperam-se dificuldades.

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

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